Coluna do Pablo Kossa

Bóra caminhando até Trindade na Romaria do Divino?

Andar de Goiânia à Trindade na Festa do Divino é algo que todo goiano deveria fazer ao menos uma vez na vida

A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), em parceria com a Prefeitura de Trindade, vai intensificar as medidas de prevenção contra a Covid-19 durante a Romaria do Divino Pai Eterno. O evento religioso ocorrerá de 24 de junho a 3 de julho, de forma presencial, após dois anos de ausência por conta da pandemia. A expectativa é que o município receba cinco milhões de fiéis de todo país durante as celebrações.
Romaria do Divino (Foto: Governo de Goiás)

A Romaria do Divino Pai Eterno começa hoje (28/06). Estima-se um público de mais de três milhões de pessoas ao longo dos nove dias de festa. Trindade se prepara por meses pra receber fiéis e infiéis, gente que vai pra rezar e quem vai pra farrear, os que visitarão a igreja e os que vão a locais nada católicos. O sagrado e o profano andam lado a lado na Rodovia dos Romeiros.

A cidade fica um alvoroço. Oportunidade ímpar de faturar. Seja com quem vai pra missa ou pro show. Tanto faz. O lance é que Trindade trata bem todos que lá estão independente da motivação.

Caminhar de Goiânia a Trindade é uma baita experiência. Os 18 quilômetros que separam o Terminal Padre Pelágio da Capital da Fé parecem longos quando se pensa na distância, mas são curtos quando se caminha. 

Falo por que sei. Não sou habitué anual da romaria, mas tenho no currículo as duas vezes fiz o trajeto andando. A primeira fui ainda pré-adolescente, acompanhado de minha mãe e tia. Experiência familiar saudável e agradabilíssima. 

A segunda foi bem diferente. Já era um jovem adulto. Estava no primeiro ano de faculdade e fiquei bebendo até de madrugada no Bar Rio do Setor Universitário. Dormi um par de horas e peguei o Eixo Anhanguera pra começar a caminhada. Chegando ao Padre Pelágio, alguém sacou uma garrafa de vodca que secamos ao longo do trajeto. Nem sei como dei conta do conjunto tanto álcool, tantos quilômetros e tanto sono acumulado juntos. Alguns diriam fé. Eu acho que era só porraloquice juvenil mesmo.

Mesmo em circunstâncias tão distintas, toda a atmosfera da romaria me encantou. É muita gente. Acontece tanta coisa na pista, você vê cada situação inusitada, ouve um monte de histórias de dor, superação, absurdo, fé… Você nem vê o tempo ou a quilometragem passar. Em cada parada, algo emocionante acontece. Em cada barraquinha que oferta lanche ou café aos romeiros, uma história milagre atribuído ao Divino Pai Eterno.

Sou alguém distante das religiões. Já tive muito mais fé do que hoje ostento. Isso não mudou nada o impacto que tive na romaria. Independente de como você a enxerga, a Festa do Divino vai lhe marcar. Aproveite que começa hoje e vá. Mas vá andando. Você terá histórias para contar e lembrar pelo resto de sua vida.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Governo de Goiás