Certificação

Goiás é estado livre de febre aftosa e está dispensado de vacinação; entenda

Agrodefesa afirma que certificação é fruto de trabalho de décadas

Foto colorida mostra gado correndo solto - Goiás recebe certificação de estado livre da febre aftosa e está dispensado de vacinação (Foto: reprodução)
Goiás Recebe Certificação Nacional Livre de Febre Aftosa sem Vacinação (Foto: Divulgação/CNA)

Goiás foi reconhecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) como estado livre de febre aftosa e está dispensado da vacinação. A Portaria nº 665, com a certificação, foi publicada nesta segunda-feira (25). O documento aponta que o estado atingiu um nível de segurança sanitária elevado em sua pecuária, livrando-se da necessidade de aplicar vacinas nos animais para prevenir a doença.

Além de Goiás, estados como Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Tocantins, e o Distrito Federal também conseguiram a certificação com o reconhecimento.

Goiás livre de febre aftosa: “certificação é reconhecimento de um trabalho de décadas”

A portaria impõe restrições quanto ao armazenamento, comercialização e uso de vacinas contra a febre aftosa nesses territórios, bem como limita a movimentação de animais e produtos provenientes dessas áreas para regiões que ainda adotam a prática de vacinação contra a doença no país. Estas medidas entrarão em vigor a partir de 02 de maio.

“Esse reconhecimento é fruto do trabalho árduo de décadas de parceria entre os órgãos oficiais de defesa agropecuária e os pecuaristas, que sempre estiveram na ponta, executando a vacinação do rebanho. Seguir as atuais normativas estabelecidas na portaria vai nos permitir alcançar o reconhecimento internacional, e abrir ainda mais mercado para a carne goiana e seus derivados”, argumenta o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.

Última vacinação contra aftosa em Goiás ocorreu em 2022

De acordo com a Agrodefesa, a última vacinação contra a febre aftosa em Goiás ocorreu em 2022, baseando-se em dados que demonstravam a eficácia das ações de controle e prevenção da doença. A realização de inquéritos epidemiológicos evidenciou a ausência de circulação do vírus da febre aftosa no rebanho goiano, justificando a decisão de suspender a vacinação.

Estados livre da vacinação até 2026

Para que os 16 estados e o Distrito Federal conquistassem o reconhecimento nacional foi instituído um Plano Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), no qual prevê que o Brasil se torne totalmente livre da vacinação até 2026. Para isso, os estados e o DF precisam atender a critérios definidos pelas diretrizes do Código Terrestre da organização internacional. 

“Para a OMSA reconhecer internacionalmente uma região como livre da vacinação é preciso que haja, além da suspensão da vacinação, a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões imunes por, pelo menos, doze meses. É esse o prazo que o Governo Federal espera contar a partir de 2 de maio, com o início de validação da portaria emitida nesta segunda-feira, dia 25 de março”, analisa o gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Rafael Costa Vieira.

Demais estados

Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, partes do Amazonas e Mato Grosso possuem o reconhecimento internacional de zona livre da aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Esse reconhecimento abre caminho para que os produtos pecuários de tais locais sejam aceitos nos mercados mais exigentes do mundo. 

Durante o mês de abril será realizada a última imunização contra aftosa nos seguintes estados: Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, Sergipe e parte do estado do Amazonas. Já nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, as etapas da imunização seguem o calendário de aplicação em maio e novembro.