INVESTIGAÇÃO

Vítima de confronto forjado pegaria droga com PMs do COD, aponta relatório

O Mais Goiás já mostrou vídeo em que ele aparece dizendo que iria até o local, que fica no Setor Jaó, "buscar um trem"

Relatório da Polícia Civil aponta possibilidade de que a ida do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, à sede do Comando de Operações de Divisas (COD) seria para buscar drogas entregues por policiais militares (PMs do COD). O Mais Goiás já mostrou vídeo em que ele aparece dizendo que iria até o local, que fica no Setor Jaó, “buscar um trem”.Junio foi vítima de um confronto forjado no caminho para o batalhão.

O relatório aponta que o motorista que aparece no vídeo tem características semelhantes com Junio (tatuagem no braço direito e relógio no pulso esquerdo). “O motorista do VW teria características certamente é a mesma pessoa que aparece no vídeo do suposto confronto”, aponta o documento.

O levantamento ainda diz que o timbre da voz de um dos que aparece no vídeo no veículo se parece com o do indivíduo que aparece fora do veículo durante a abordagem que culminou com a execução no dia 1º de abril.

Compromisso de “pegar um trem” na sede do COD

“Segunda-feira, o menino marcou 12h para ir pegar o trem lá no COD”, diz um dos ocupantes do veículo no vídeo usado no relatório.

Em ofício encaminhado à justiça, o delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, diz que informações prestadas informalmente por quem enviou o vídeo diz que Junio estaria se referindo a “drogas ilícitas” que seriam entregues por policiais do COD.

O autônomo José Aquino Leite foi morto, junto com o corretor de veículos Marines Pereira Gonçalves, de 42, no 1º de abril, uma segunda-feira, em um confronto forjado por seis policiais do COD, no Setor Jaó. O local fica nas proximidades da sede do Comando em que eles são lotados.

PMs do COD foram indiciados

Os seis policiais foram indiciados pela Corregedoria da Polícia Militar de Goiás por simularam um confronto e executaram o autônomo Junio José Aquino Leite e o corretor de veículos Marines Pereira Gonçalves.

Os policiais foram presos em abril, mas acabaram soltos no últim dia 2 de junho. Na última sexta-feira (7/6) a Polícia Técnico-Científica realizou a reconstituição do falso confronto. Os policiais militares estiveram no local, mas não participaram após decisão judicial.

 Na ocasião, os agentes afirmaram que a morte de suspeitos foi uma reação ao serem atacados com tiros, mas um vídeo, gravado pelo celular de um dos mortos, mostrou que a ação se tratou de uma execução, visto que as vítimas estavam desarmadas.