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“Riqueza não deve servir como um escudo”, diz juíza em decreto de prisão de Gusttavo Lima

Segundo ela, "a aplicação da lei deve ser equânime, assegurando que todos, independentemente de sua posição social ou econômica, respondam por suas ações

"Riqueza não deve servir como um escudo", diz juíza em decreto de prisão de Gusttavo Lima (Foto: Reprodução - Instagram)

Em um trecho da decisão que decretou a prisão do cantor Gusttavo Lima, nesta terça-feira (23), a juíza da 12ª Vara Criminal da Capital de Pernambuco Andrea Calado, afirmou que a “riqueza” do sertanejo não deve servir de blindagem. “A riqueza não deve servir como um escudo para a impunidade, nem como um meio de escapar das responsabilidades legais.”

Ainda segundo ela, “a aplicação da lei deve ser equânime, assegurando que todos, independentemente de sua posição social ou econômica, respondam por suas ações. A tentativa de se eximir das consequências legais por meio de conexões financeiras é uma afronta aos princípios fundamentais do Estado de Direito e à própria noção de Justiça”.

Além do decreto de prisão, a Justiça de Pernambuco também mandou suspender o registro e o porte de arma do cantor. A decisão da juíza Andrea Calado da Cruz, que corre em sigilo, foi conseguida pela Folha de S.Paulo, mas o Mais Goiás também teve acesso.

A prisão ocorre no âmbito da Operação Integration, a mesma que culminou na detenção da influenciadora de Deolane Bezerra e investiga caso de suposto de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. A magistrada acatou pedido da Polícia Civil.

“É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado”, escreveu Andrea Calado.

A juíza ainda lembra que Gusttavo esteve em uma viagem na Grécia, recentemente, e dois investigados podem ter permanecido no exterior. “Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha. Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, diz trecho divulgado pela Folha.

O Mais Goiás tenta contato com a assessoria de imprensa de Gusttavo Lima por WhatsApp, ligação e e-mail. A Justiça também decretou a prisão preventiva do empresário Boris Padilha.

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