INSPIRAÇÃO

Correndo em casa, piloto goiano Matheus Santos rompe barreiras no automobilismo nacional

Matheus Santos corre em Goiânia ao lado de Thiago Cenjor, também cadeirante, na categoria C300 Cup

Matheus Santos ao lado do carro da AMG Cup Brasil em Goiânia. Foto: Jucimar de Souza - Mais Goiás

Goiânia será palco nesse final de semana de mais uma etapa da AMG Cup Brasil e os dias serão especiais, principalmente para o goiano Matheus Santos, que terá a chance de correr em casa na categoria. No autódromo Ayrton Senna, o piloto cadeirante da Mercedes busca quebrar barreiras, principalmente nesse final de semana, onde será comemorado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, no dia 21.

Matheus Santos faz parte de um projeto de inclusão da AMG Cup, onde ele corre ao lado de Thiago Cenjor, também cadeirante. A dupla dirige o carro de número 16 da categoria C300 Cup. Vale destacar que os pilotos utilizam uma alavanca instalada no carro para acelerar e frear o veículo.

“Estou muito feliz por estar correndo em Goiânia, na minha cidade, onde todos da minha família e amigos estarão presentes. Quero também levar várias pessoas com deficiência, devido ao dia da luta da pessoa com deficiência”, afirmou o piloto goiano, que nasceu com uma deficiência chamada mielomeningocele, na qual afeta a coluna.

Apesar de estar realizando o sonho de ser piloto profissional, Matheus nem sempre teve vida fácil. Na escola, o jovem sempre quis praticar esportes, mas nem sempre podia. Porém, com 18 anos, o automobilismo entrou de vez em sua vida. “Sempre quis fazer esportes na escola, mas nunca podia, devido a deficiência. Depois comecei a gostar de jogos de corrida e com 18 anos tirei minha CNH e comecei a frequentar o autódromo”, afirmou.

O início foi através do kart adaptado e ele voltou a enfrentar novos desafios. “Muitos desacreditavam, falavam que não daria para adaptar um kart ou carro de corrida, que não tinha como ser seguro”, afirmou o goiano. Porém neste ano veio a virada de chave, quando ele entrou a AMG Cup Brasil.

“O ponto de virada foi quando o dono da categoria da AMG Cup Brasil me convidou em Goiânia para pilotar e disse que iria montar uma C300 adaptada para mim. Muitas pessoas ficam surpresas quando falo que sou um piloto cadeirante e piloto na Mercedes”.