PERSEGUIÇÃO?

Após visita de Lula, Caiado critica gestão federal e acusa governo de dar “tiro político”

Declaração acontece após Lula visitar Goiânia e destacar que a relação entre ambos é "positiva"

Caiado: reuniões com auxiliares e aliados (foto Secom)

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) indicou, nesta terça-feira (10), que a relação com o governo federal, capitaneada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não vai nada bem e expressou frustração com a ausência de repasses financeiros em obras compartilhadas com a União. O chefe do Executivo estadual vê “tiro político” quando o Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad (PT), barra um empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A declaração acontece após visita de Lula a Goiânia, na última semana.

“O que eu espero é que realmente aquilo que ele [Lula] disse possa se concretizar. Nunca recebemos nenhum centavo para o Hospital Cora, que é um dos compromissos dos três. Em segundo lugar, não tivemos nenhum avanço do BRT de Brasília a Luziânia”, afirmou Caiado em coletiva com jornalistas. Além disso, o governador mencionou a falta de apoio federal para a construção de policlínicas e penitenciárias em Goiás. 

Quando Lula assumiu o governo em janeiro de 2023, um dos seus primeiros atos foi convocar os governadores para uma reunião em Brasília. No evento, pediu que os gestores listassem três obras que gostariam de priorizar com recursos do governo federal. Caiado indicou que, de lá para cá, nada andou. Quando o presidente da República esteve em Goiânia, na última sexta-feira (6), o petista indicou que, apesar de adversários, a relação entre os governos era republicana.

Caiado criticou duramente a decisão do Ministério da Fazenda de impedir um empréstimo de R$ 770 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ao Estado de Goiás, verba que seria destinada a obras de infraestrutura. Segundo ele, a operação foi barrada por uma portaria específica após ter sido aprovada tanto pelo Tesouro Nacional quanto pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. “Nós fomos a Washington, conseguimos essa verba e ela foi vetada num viés único e exclusivamente ideológico, caracterizando um verdadeiro tiro político”, declarou.

Outro ponto levantado pelo governador é a exclusão das rodovias de fuga de Goiás do leilão das BRs, que ocorrerá em breve. “Causa estranheza porque as rodovias de fuga foram excluídas do leilão das BRs, que será feito agora. Outro também problema político-ideológico. Não tem porquê ter sido decidido como se dariam as concessões das rodovias federais, incluindo as rodovias de fuga do Estado de Goiás”, disse Caiado, questionando a decisão de não incluir as rodovias goianas nas concessões federais.

O governador também destacou que as promessas feitas no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não foram cumpridas. Segundo ele, nenhuma das três obras prometidas para Goiás avançou. “Nós vamos inaugurar o hospital no final do ano, e até hoje não chegou um centavo. Essa é a grande realidade”, ressaltou.