Congresso

Pressionado para votar cigarros eletrônicos, Vanderlan se licencia do Senado

Em nota, a assessoria do parlamentar afirma que ele tomou essa decisão para se "dedicar integralmente" à candidatura para prefeito de Goiânia

Vanderlan Cardoso (Foto: Senado)

Pressionado para colocar em pauta o projeto de lei 5.008/2023, que regulamenta a produção, comercialização, fiscalização e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Vanderlan Cardoso, pediu licença do cargo nesta segunda-feira (9).

Em nota, a assessoria do parlamentar afirma que ele tomou essa decisão para se “dedicar integralmente” à candidatura para prefeito de Goiânia. “Reassumo o mandato no dia 7 de outubro a tempo de presidir a sessão da CAE que vai sabatinar Gabriel Galípolo para a Presidência do Banco Central, no dia 8 de outubro desse ano.”

O primeiro suplente de Vanderlan é o ex-deputado federal Pedro Chaves. No entanto, Pedro só assumiria o mandato se a vacância durasse por pelo menos 120 dias.

Cigarros eletrônicos
A tramitação do polêmico projeto de lei dos cigarros eletrônicos no Senado coleciona idas e vindas. A proposta já foi debatida repetidas vezes na Comissão de Assuntos Econômicos e, na última semana, segundo o Metrópoles, Vanderlan decidiu retirá-lo de pauta.

O projeto em questão, de autoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), é alvo de forte divergência entre os parlamentares. O relator, senador Eduardo Gomes (PL-TO), já reclamou de adiamentos da votação e descumprimentos de acordos na apreciação da matéria.

“Membros da bancada evangélica se posicionam contra o projeto, e começaram a pressionar Vanderlan, do mesmo segmento religioso, para que o texto não fosse votado. O pastor Silas Malafaia, aliado de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chegou a publicar um vídeo com ataques direcionados ao senador”, diz o Metrópoles.

“Quero dizer senador, que você é mentiroso, cínico e covarde”, enfatizou Malafaia no vídeo. “Como um senador evangélico, que preside uma comissão que tem poder de pautar ou não um assunto, coloca este projeto em pauta. Se você fosse coerente com seus princípios, jamais poderia pautar um assunto desse.”