O gato saltou de banda
Quando o ditador do Paraguai melou contratação de goleiro pelo Goiás
Por volta de 1985, o Goiás enviou uma comitiva em Assunção para contratar o goleiro do Cerro Porteño e da seleção paraguaia, Gato Fernández, pai de Gatito, hoje titular do Botafogo. Quem conta é o ex-diretor de futebol , Eduardo Ribeiro. Com negociações, por telefone, adiantadas lá se foram os dirigentes esmeraldinos com a missão de já trazerem o jogador em um avião particular.
Parecia tudo certo. Fernández já estava dentro do avião com os motores ligados, quando veio um aviso da torre, impedindo a decolagem. A ordem era do presidente do Paraguai, ditador Alfredo Stroessner, que era torcedor do Cerro e não queria que o goleiro deixasse o clube.
O ex-dirigente lembra que Gato Fernández simplesmente abriu a porta do avião, desceu e caminhou de volta para o aeroporto, frustrando assim a tentativa do Goiás de contratar um goleiro de seleção.
Em 1989, Stroessner foi deposto do poder e ganhou exílio no Brasil. Antes de ir para Brasília, onde morreu em 2006, se hospedou por cerca de um mês em Itumbiara, na Vila de Furnas, com apoio do então deputado federal Zé Gomes, que mais tarde se elegeria prefeito da cidade. Zé Gomes morreu em um atentado, em 2016. Fernández jogou no Internacional e no Palmeiras.