Cinema

Crítica: Free Guy – Assumindo o Controle (2021)

Estrelado por Ryan Reynolds, o filme é ótima diversão que não abandona o coração

(Foto: Divulgação)

Estrelado por Ryan Reynolds e dirigido por Shawn Levi, “Free Guy – Assumindo o Controle” é uma grata surpresa que poderia muito bem ser um amontoado de referências mas sem personalidade ou coração, como foi um certo “Pixels” por ai. Mas o longa não somente presta sua homenagem ao mundo dos games, como investe nas relações emocionais de seus personagens conseguindo criar a ponte entre fantasia e público com maestria, ritmo e sentimento.

Na trama, Reynolds interpreta Guy, um personagem não jogável de um game online cuja rotina é cumprir o seu papel pré-estabelecido no jogo. Ele é um cara (‘guy’, em inglês) qualquer, um figurante de algo muito maior e que pouco acrescenta ao todo. Mas depois de conhecer e se apaixonar à primeira vista por uma personagem chamada Molotovgirl, ele começa a desejar ir além, a querer ser algo a mais. Certo dia, Guy consegue um óculos escuro utilizado pelos jogadores em seus avatares, e que ao colocá-los o personagem é capaz de enxergar o game tal qual ele é, com todos os seus obstáculos, auxílios, etc. Ao se conhecer como parte de um jogo, Guy muda completamente de vida e a começa a realizar coisas que nenhum outro figurante na historia dos vídeo games foi capaz de realizar.

Uma das coisas mais bacanas de “Free Guy” é como uma história tão simples, e clichê que já foi vista em outros tantos filmes sobre escolhidos – inclusive, lembrou muito “Uma Aventura Lego” -, é capaz de ser contada com personalidade e sensibilidade não deixando o espetáculo visual sobrepujar o que fazem os personagens do filme seres tão especiais para a narrativa. Tanto a parte virtual, quanto a parte dos seres humanos são compensatórias e nenhuma prejudica a outra. Pelo contrário, elas são complementares e ao fim estamos com um sorriso no rosto torcendo para que tudo dê certo. É surpreendente? Não! Já sabemos como tudo vai terminar? Sim! Mas o feito maior é quando o filme, ainda que previsível, consegue despertar emoções e te fazer vibrar, sorrir e sutilmente te emocionar ao longo da projeção.

Por fim, além de toda aventura e comédia, “Free Guy” entrega uma mensagem positiva sobre confiança e realização. Não importa se somos coadjuvantes, ou meros figurantes na vida de alguém, o importante é entender que somos protagonistas de nossas vidas e apenas nós temos o poder para transformá-la. Entretenimento precisa divertir, claro, e o filme cumpre com louvor este objetivo, mas diversão que nos faz refletir, pensar e avaliar nosso comportamento diante da vida é sempre bem vinda. E “Free Guy” faz isto da maneira mais cativante e divertida possível.

Ryan Reynolds é o Ryan Reynolds de sempre e não por isso menos divertido. Sua personalidade e seu estilo de humor combinam com o filme, e colaboram para o ótimo resultado final. Destaque para Jodie Comer que interpreta não apenas a humana Millie mas também o seu avatar Molotovgirl. A atriz possui uma excelente química com Reynolds, além de ter um papel maior e extremamente importante no drama da narrativa. Uma revelação, sem dúvida!

Dirigido por um sujeito responsável por excelentes aventuras familiares como “Uma Noite no Museu” e “Gigantes de Aço”, “Free Guy – Assumindo o Controle” entra na lista de ótimos exemplares da categoria, e surpreende sendo muito além do que um filme sobre vídeo games com efeitos visuais. “Free Guy” tem alma, tem coração, tem personalidade. Recomendado!

Free Guy/EUA – 2021

Dirigido por: Shawn Levi

Com: Ryan Reynolds, Jodie Comer, Taika Waititi, Joe Keery…

Sinopse: Em Free Guy – Assumindo o Controle, um caixa de banco preso a uma entediante rotina tem sua vida virada de cabeça para baixo quando ele descobre que é personagem em um brutalmente realista vídeo game de mundo aberto. Agora ele precisa aceitar sua realidade e lidar com o fato de que é o único que pode salvar o mundo.