Crítica: Jolt – Fúria Fatal (Amazon Prime)
Com elenco estelar, nem como diversão descartável despretensiosa "Jolt" funciona
Kate Beckiensale é carismática, bonita e dá conta do recado quando o quesito é ação. Mas, infelizmente, nada neste “Jolt: Fúria Fatal” funciona. Absolutamente nada! E para expor os meus motivos vou precisar citar alguns spoilers.
Vamos primeiro com a história. Na trama, Lindy (Beckiensale) é uma mulher bonita e com um humor deliciosamente sarcástico, porém, devido a um raro distúrbio neurológico ela tem impulsos assassinos esporádicos que só podem ser interrompidos quando se choca com um eletrodo especial. Mas certo dia ela conhece uma pessoa que muda completamente seu mundo: Justin (Jai Courtney) é um homem carinhoso e atencioso que não vê problema na condição de Lindy. Só que Justin é assassinado no dia seguinte, o que faz Lindy embarcar em uma missão cheia de vingança para encontrar o assassino, enquanto também é perseguida pela polícia como a principal suspeita do crime.
A personagem é apresentada com esta anormalidade que a torna um super ser humano. O próprio roteiro enfatiza inúmeras vezes o quanto ela é especial, o quanto ela pode ser ainda melhor se desenvolver a raiva, etc. E o próprio roteiro também expõe que sua anormalidade a torna mais forte e implacável, o que a faz ser interessante para o interesse de muitos. Mas em nenhum momento a personagem consegue convencer como uma pessoa realmente forte, e se a sua condição não existisse não mudaria em nada o roteiro, já que Lindy só faz cara de nervosa e deboche o filme todo e luta bem, mas nada sobre-humano que justifique o alvoroço todo em torno de seus “talentos”.
E se não faz sentido o fator “super” presente na trama, também não faz sentido as motivações triviais motivadas por um caso amoroso de 3 encontros (!!!), que faz a personagem arriscar a sua vida por um personagem que ela mal conhece. Poderiam ter usado a edição e criado uma passagem de tempo aumentado o período de envolvimento entre Lindy e o charmoso Justin, colocando o relacionamento entre ambos em pelo menos seis meses. Diante disso, a perda de Justin justificaria a fúria incontrolável da protagonista para vingar o seu namorado. Aqui, nem isso ele é e a todo instante ela precisa explicar para os bandidos tal fato – o que torna ainda mais vergonhoso o enredo.
Com cenas de ação genéricas e sem nenhuma criatividade, “Jolt: Fúria Fatal” é um aglomerado de boas intenções mas ridiculamente desenvolvidas. Um péssimo filme de ação que desperdiça não apenas Kate Backiensale, mas um elenco de apoio com atores competentes como Bobby Cannavale, Stanley Tucci, Jai Courtney e Laverne Cox. Um exemplar descartável e nada divertido. E ainda tem gancho pra continuação! Haja boa vontade!
Jolt/EUA – 2021
Dirigido por: Tanya Wexler
Com: Kate Beckiensale, Bobby Cannavale, Stanley Tucci, Jai Courtney, Laverne Cox…
Sinopse: Lindy (Kate Beckinsale) é uma segurança durona com um problema de controle de raiva. Depois que o primeiro cara por quem ela se apaixonou é assassinado, ela vai em um ataque de vingança para encontrar o assassino enquanto os policiais a perseguem como o principal suspeito.