Seriado

Crítica: Succession (seriado) – HBO Max

Pronto, falei! Abri o meu coração!

(Foto: Reprodução/HBO)

Precisamos falar sobre “Succession”! Este texto servirá não somente como a minha opinião da terceira temporada lançada pela HBO este ano, mas também dos dois primeiros anos do show. “Succession” ganhou atenção após faturar inúmeros prêmios no Globo de Ouro e Emmy, e desde então ganhou mais público e se tornou a atual queridinha da HBO.

Criado por Jesse Armstrong e com Adam McKay no time de produtores (inclusive o estilo de cinema do diretor, com câmera na mão e cortes rápidos, é o DNA da série), “Succession” acompanha a família dos Roy, cujo patriarca, Logan Roy (Brian Cox), é o grande chefão de um conglomerado de mídia e influente figura tanto na política quanto na área do jornalismo e entretenimento (inspiração clara em Rupert Murdoch, fundador da Fox News, Sky e News Corp.). Logan é um sujeito impetuoso, visto como um gênio da área mas um tanto quanto velho para continuar liderando um império diante de um mundo tão moderno. Eis que entra em cena os seus quatro filhos (Connor, Kendall, Shiv e Roman) e cada um compartilhando o interesse de manter o seu lugar ao sol debaixo da fortuna do pai, e visando assumir o legado da empresa.

Contar a história de “Succession” em apenas um paragráfico é complicado. A série vai muito além de um simples interesse de sucessão, mas envolve diversos outros personagens que compartilham da sede de poder, dinheiro e influência, e também o roteiro explora com afinco os bastidores de um conglomerado bilionário e os frequentes interesses de ambos os lados. Além de manter em seu cerne os conflitos familiares da família Roy, que são a força motriz da narrativa.

Mas agora vou revelar algo polêmico e já peço para que os fãs de “Succession”  não se explodam com ódio. Em minha opinião, o seriado não é esta maravilha toda como muitos pregam. É um seriado instigante, com diálogos fervorosos, dinâmicos, e atuações em sua maioria excelentes, mas meu problema com a série é o fato dela nunca entregar o que tanto promete. Diferente de “Breaking Bad” ou “House of Cards”, por exemplo, onde existe uma construção de tensão e a entrega dela em determinado momento, “Succession” vai cozinhando o público, preparando o terreno, aquecendo os personagens mas nunca chega em um ápice. Não temos um momento de explosão de cabeça. Quando é a hora de presentear o público, a série segura a mão e quebra o tesão.

Brian Cox é um ator incrível, sem dúvida, e sua interpretação de Logan Roy é visceral e imponente, mas não consigo ter receio, ou medo, do seu personagem como tenho com Heisenberg ou Frank Underwood. A série não mostra nenhum momento inescrupuloso de Logan, algo que faça o público realmente temer pelos demais personagens. O que temos é um senhor nervoso e vários “Fuck off!” sendo gritados em todo episódio.

Jeremy Strong como Kendall, o filho que se rebela contra o pai para assumir a empresa, é uma bomba relógio prestes a explodir. Instável emocionalmente, ele entrega uma atuação cheia de camadas, difícil, com um personagem que transmite pouca credibilidade com atitudes impulsivas risíveis.

Sarah Snook, Matthew Macfadyen e Alan Ruck também são competentes em seus respectivos papéis, e agregam ritmo ao todo. Já Kieran Culkin encarna Roman Roy, o filho descolado de Logan que fala tudo na cara das pessoas, é piadista e acha que está arrasando. Mas é um personagem idiota, mimado, que não sai da mesmice e é incapaz de fazer uma coisa certo. Culkin pode até ser bom ator, mas seu personagem é insuportável. O mesmo vale para Nicholas Braum e sua constante cara de ‘debiloide’ como Greg Hirschi, o primo da família que de tão lento e bobão dá vontade de adiantar as cenas.

Enfim, “Succession” está longe de ser ruim. É um seriado competente e cheios de méritos, mas que me incomoda justamente pela falta de ápice e empolgação – o que torna inevitável se arrastar em muitos momentos. Mas ainda assim, apesar de tudo, continuo interessado em assistir. Vai entender!

Succession/EUA

Criado por: Jesse Armstrong

Com: Brian Cox, Jeremy Strong, Sarah Snook, Matthew Macfadyen, Alan Ruck, Kieran Culkin…

Sinopse: Em Succession, Logan Roy (Brian Cox) é o patriarca de uma das famílias mais poderosas da atualidade e dono de um império midiático conhecido como Waystar Royco. Ele sempre se dedicou mais aos negócios do que aos quatro filhos – Connor (Alan Ruck), Kendall (Jeremy Strong), Roman (Kieran Culkin) e Siobhan (Sarah Snook). Quando Logan tem uma piora em seu estado de saúde, seus descendentes iniciam uma disputa pelo controle das empresas. Mas a fome de poder se mostra bastante perigosa, colocando à prova a lealdade de cada um deles.

Por que Succession é a melhor série da TV atualmente?