Não importa a velocidade do que está fora.

Será que o mundo realmente não para?

. Será que não para mesmo? E o mais importante, será que é preciso que ele pare?

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Lembro-me de um texto que ouvi na infância que dizia “não importa em quantos pedaços se parta seu coração. O mundo não pára para que você o conserte”. Será que não para mesmo? E o mais importante, será que é preciso que ele pare?

Que somos todos quebradinhos, já tem tempo que sabemos. Mas será que sabemos que podemos parar, que podemos chorar, que podemos deixar o mundo continuar sua ciranda e simplesmente, não continuar?

Às vezes, é preciso parar. Às vezes, é preciso deixar que a respiração dite qual o caminho de volta pra casa.

Já reparou quando passamos muitos meses fora de casa? Sentimos falta do cheirinho, dos temperos no lugar, e até da nossa bagunça organizada.

A vida também é assim. Respirar correndo também cansa. Apressar o passo pra caber no que esperam, no que nos cobramos, também cansa. Optar por “foda-se se o mundo não para, eu preciso parar!”, é se dar o direito de escolher. De decidir por si, ainda que perca os outros.

A rotação do mundo, realmente, não para. Mas, não precisamos segui-la. Somos, cada um, um universo a parte.

Então, se precisar, pare. Chore. Desista de tudo. Comece de novo. Mude de casa, de profissão, de rua, de país. Faça o que for preciso pra fazer da sua vida – seu lar – um lugar legal de se habitar.

Não importa a velocidade do que está fora. O essencial será sempre o passo de dentro. E o resto, meu amigo, é resto. E só.