Somos todos ciborgues!
Vivemos conectados o tempo todo. Fundimos nosso corpo aos dispositivos eletrônicos. Somos ciborgues!
Vivemos conectados o tempo todo. Fundimos nosso corpo aos dispositivos eletrônicos. Somos ciborgues!
Temos ainda alguma parte humana, mas uma maquinaria eletrônica sem fim nos conecta ao mundo e tece nossas teias de relacionamentos: no trabalho, na família, nas amizades e até mesmo no campo afetivo. Praticamente nada escapa aos tentáculos dos dispositivos que estão conectados ao nosso corpo.
Os smartphones estão acoplados às nossas mãos e num movimento hipnótico estamos vidrados nas telas procurando à partir desse contato frenético, dá sentido à vida em seus amplos desdobramentos. Não perdemos tempo. Atualizamos nossos status em dezenas de redes sociais, ao mesmo tempo, mesmo que isso não signifique nada. Vemos tudo e damos conta de qualquer assunto que esteja entre os mais comentados.
Somos máquinas de informação. Tudo isso parece muito divertido, muito moderno e extremamente interessante senão fosse os efeitos devastadores sobre a faculdade de pensar. De fazer uso do pensamento dentro do próprio pensamento. É conhecido da filosofia que “perder tempo” é o exercício filosófico que nos leva à pensar. É no estar juntos atoa que o pensamento se constrói. É preciso deixar de negar o ócio (negócio) e começar a exercitar o ócio criativo mesmo que isso signifique se desconectar por alguns instantes e perceber que está respirando ou que está vivo sem que um dispositivo faça isso por você. Sim, é comum os dispositivos medirem nossas frequências de vida e, através deles sabermos que estamos vivos.
Perder tempo nos faz libertar a vida lá onde ela é prisioneira e nos faz perceber como estamos inseridos no mundo. Quando estamos ocupados demais e levando muito a sério o pensamento que diz “tempo é dinheiro”, não teremos tempo para sentir a vida e criar um pensamento forte capaz de invenção, capaz de inventar o povo que ainda falta, de descobrir um Eu capaz de viver sem tantos dispositivos.
Comecemos a perder tempo nos desconectando da nossa maquinaria ciborgue e quem sabe perder tempo encontrando alguém para uma conversa para além da virtualidade.