Brasão de Goiânia pode até mudar, mas não desse jeito
Decisão de atualizar o logotipo da Prefeitura de Goiânia deve seguir os ritos e também observar a conveniência do momento
Já foi e já voltou. Rápido, efêmero, desorganizado. Tudo que uma marca não quer ser. Mas é o que tem pra hoje. O brasão da Prefeitura de Goiânia já voltou a ser aquele que conhecemos desde 1976. A atualização do distintivo feito meio que na surdina pela atual gestão já ficou no passado. Melhor assim. Esse logo pode até necessitar de uma atualização, não discordo, mas deve respeitar o trâmite legal, ter ampla participação da sociedade e, principalmente, observar o momento mais propício para alteração.
A imagem que representa a capital de Goiás foi adotada como marca da cidade independente de quem seja o prefeito a partir da gestão de Paulo Garcia. Foi uma boa decisão. Impõe uma barreira ao personalismo, gera economicidade.
A gestão de Rogério Cruz decidiu dar um tapa modernizador no brasão. O trâmite normal seria abrir o debate na Câmara Municipal apresentando um projeto, realizar audiências públicas e chegar a um resultado.
Daria muuuuuuiiiito pano pra manga. Se os bandeirantes da imagem passaram batido em 1976, hoje seriam alvo de polêmica. A cidade se debruçaria sobre um longo e interessante debate. Poderíamos chegar a um resultado legal.
Mas na vida tudo é uma questão de ocasião e prioridades. Goiânia se encontra esburacada, suja e escura. Obras inacabadas para tudo quanto é lado. Trânsito passando por alterações que ainda não bem digeridas pela população. As chuvas estão alagando de forma perigosa vários pontos da cidade.
Você acha mesmo conveniente empenhar esforço na atualização do logo com esse tanto de coisa acontecendo? Eu acho que não.
De acordo com o design gráfico e professor de Comunicação da UFG, Marcilon Almeida de Melo, nosso popular Marck Al, a atualização se faz necessária. “O brasão atual tem sérios problemas técnicos de uso. Isso que a Prefeitura fez não é uma identidade nova. Fizeram alguma ajustes para tentar contornar esses problemas. Mas concordo que o timing foi errado e a lei aprovada no governo Paulo Garcia foi ótima”.
Nada como ouvir quem entende da coisa. E Rogério Cruz está precisando também ouvir mais quem entende de política para evitar meter tanto os pés pelas mãos.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Prefeitura de Goiânia