Coluna do Pablo Kossa

Declarar apoio ou defender voto nulo é tudo do jogo democrático

Em cenário de segundo turno, as escolhas políticas de endossar o lado que considera menos pior ou se abster são todas válidas

Fred Rodrigues ou Sandro Mabel? Para mais de 40% do eleitorado goianiense que deu voto válido em primeiro turno não era essa a escolha desejada. Contudo, esses são os nomes ofertados no cardápio. Mais de 280 mil votos terão que migrar para um dos lados. Ou pra lado nenhum. E tudo é do jogo, escolhas democraticamente legítimas.

Tenho como preceito que sempre dá para escolher algo menos pior. Você prefere tomar um tiro no braço ou na perna? Nenhum dos dois é bom, por óbvio. Não sendo possível não levar chumbo, acho que optaria pela perna por ter mais carne para segurar a bala. Mesmo eu sabendo que um tiro no membro inferior é muito ruim, quiçá fatal.

Fred ou Mabel é uma escolha desse naipe para boa parte dos que não tiveram seu candidato nas duas primeiras colocações no primeiro domingo de outubro.

Se eu prefiro escolher onde ser tragicamente baleado, tem quem opte por dar ao carrasco a decisão. “Já que tô fudido mesmo, escolha você onde vai me acertar”. Não é o que eu faria, mas é compreensível tal resposta. Já vou ter que sofrer consequências terríveis, não me coloque no processo decisório. Para estes, sofrimento tem limite.

PT e PSDB declararam neutralidade. PSB apoia Mabel, mas o candidato não quer foto com as lideranças do partido. Vanderlan subiu no palanque ao lado caiadista. Fred parece não conseguir diálogo com quadros partidários de destaque. Aposta que estabelecerá contato direto com os eleitores. Será?

Quem escolheu o PT, aparenta estar mais disposto ao nulo se não digitar 44. Parece que o mesmo acontece com o eleitor tucano. No estoque de votos disponíveis no mercado goianiense, a adesão a Fred é mais improvável.

Onde o bolsonarista pretende buscar os votos que podem o levar ao sonhado 50% mais um no dia 27 de outubro?  

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Jucimar de Sousa