Eduardo Leite precisa melhorar sua comunicação e postura
Governador do Rio Grande do Sul parece aturdido e hesitante perante a tragédia que se abateu sobre seu estado
Eduardo Leite parece perdido. O que é até compreensível: a tragédia que assola o estado que governa é brutal. Mas são nesses momentos agudos que a vocação de um líder nato aparece. Ele doma os medos, inspira pessoas, aponta o norte e conduz a coletividade no caminho virtuoso. Não parece que a envergadura do governador comporta tamanho desafio.
Desde o início das cheias ele apresenta um comportamento ambíguo. Cobra a necessária ajuda do Governo Federal mas não reconhece o esforço colossal que vem de Brasília pra Porto Alegre. Uma baita ingratidão. A resposta federal à dor gaúcha está bem a contento. Leite não diz isso claramente.
Essa forma dúbia de lidar com Lula mostra que o governador tucano não encontrou o tom correto de seu discurso. A nota que o PSDB emitiu é tosca, agressiva e principalmente injusta. O silêncio do governador sobre a posição do seu próprio partido é ensurdecedor.
A última fala que comprova a falta de prumo de Leite é aquela sobre a necessidade de diminuir as doações visando o fortalecimento do comércio local. Como assim? As pessoas que perderam tudo têm que ficar sem receber o que foi coletado na emocionante mobilização nacional em prol dos gaúchos? Não é possível que ele pensa isso mesmo. Deve ter se expressado mal, muito mal. Tomara que seja isso.
Tragédias marcam não só a sociedade, mas também a trajetória de políticos. Se o desempenho diante da crise está dentro do que a população espera ou vai além da expectativa, ele carregará pra sempre isso no currículo. Caso decepcione, estará eternamente marcado como incompetente por ter falhado quando todos precisavam dele.
Dudu Milk, como as redes o chamam, está diante dessa encruzilhada. Cabe a ele escolher qual caminho pegará.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução