Coluna do Pablo Kossa

Em Goiás, ou goleiro muda de profissão ou muda de estado?

Caso do goleiro do Grêmio Anápolis mostra que Caiado precisa ser duro com os excessos para não perder o controle da PM

Momento em que policial atira em goleiro do Grêmio Anápolis. Foto: Divulgação

Ronaldo Caiado tem um bordão que todo goiano conhece: ou o bandido muda de profissão ou muda de estado. O sonho do governador é que esse slogan ganhe o Brasil na campanha de 2026, a qual ele almeja disputar o cargo máximo da República. Tudo certo. Cada político trabalha o marketing que destaca seus supostos pontos fortes. 

O problema é que a coisa está desandando em Goiás dentro das forças policiais. O discurso linha-dura, quando chega na base da coorporação, pode ser compreendido como vale tudo. Só isso explica a atitude condenável do policial que atirou à queima-roupa uma bala de borracha contra o goleiro Ramón do Grêmio Anápolis. O cara aponta para a perna do atleta e dispara sem constrangimento algum. Lamentável.

Caiado, em Goiás, ou goleiro muda de profissão ou muda de estado?

Ramón ficará sem trabalhar pelos próximos quatro meses. O ferimento na perna do goleiro foi feio e a recuperação será lenta. O Governo de Goiás vai bancar o salário do atleta nesse período? E compensar o clube pela ausência deste no plantel?

O Ministério Público já está investigando o caso. Correto. A Corregedoria da PM já instaurou inquérito. Está certo. Mas a questão que enfoco é política: Caiado não vai falar sobre o caso? Já telefonou para o atleta? Para algum dirigente do Grêmio Anápolis? Gravou um vídeo pedindo desculpas?

Se a segurança pública em Goiás é a plataforma que Caiado pretende usar em 2026, os erros não podem ser tratados com aquele clichê do “caso isolado”. Até por que se casos isolados se repetem com rotina frequente, casos isolados não são.

Caiado vai deixar isso correr frouxo mesmo?

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução