Política

Foguetório é coisa de imbecil e Alego aderiu à cretinice

Foguetório só traz incômodo e risco de acidentes com queimaduras graves para quem participa ou está por perto deste grotesco espetáculo

Foguetório é coisa de imbecil e não é de hoje que falo isso. Comemorei quando a Assembleia Legislativa de Goiás propôs e aprovou a proibição dessa cafonice no estado. Calcados em robusto embasamento, os deputados estaduais acertaram quando perceberam o óbvio: o estorvo social que a queima de fogos de artifício promove é grande. 

Atormenta idosos, incomoda a vizinha, enlouquecesse animais domésticos e selvagens, aterroriza crianças, estressa pessoas dentro do espectro do autismo, acorda bebês, aumenta a poluição sonora e atmosférica, irrita quem está ao redor, aumenta o risco de acidentes e, principalmente, atesta a cafonice gigante de quem banca o espetáculo.

Sim, fogo de artifício é brega pra cacete.

O governador Ronaldo Caiado acertou ao vetar trecho equivocado do bom texto oriundo da Alego que permitia uso do cretino espalhafato em festividades reconhecidas como patrimônio cultural. Não tinha mesmo que abrir exceção coisa nenhuma. E Caiado errou ao determinar que líder do governo na Assembleia, Wilde Cambão, orientasse sua base a votar por derrubar sua própria sanção

Por uma dessas coincidências que não são coincidência, o veto caiu no mesmo dia em que o padre Marco Aurélio, reitor da Basílica do Divino Pai Eterno de Trindade, fez uma visita aos deputados estaduais. Pouco mais de uma semana antes do início da festa católica que faz farto uso dos fogos de artifícios, o governador e os deputados mudaram de ideia. É lobby que isso se chama, não é mesmo?

Nesse sentido, parabenizo a iniciativa do deputado Delegado Eduardo Prado. Ele propôs um novo texto legal no qual somente os fogos de artifício visuais seriam permitidos. A ideia é proibir os ruidosos. Não é o ideal, mas, perante o que temos hoje, é um avanço.

Não acredito que prosperará, mas fica aqui minha torcida.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Divulgação