Fraude no futebol brasileiro acontece desde sempre
Esquema de fraude em jogos do futebol brasileiro e mundial só mostra o quão difícil é ter justiça quando cifras gigantescas rondam o esporte
As fraudes investigadas pelo Ministério Público de Goiás em relação ao futebol brasileiro podem ser muitas coisas, mas não uma novidade. A picaretagem em cima das casas de aposta online é só o método da vez, nada além disso. Malandragem 2.0, vigarice virtual.
Já tivemos escândalos analógicos. Suborno de árbitros, máfia envolvendo a Loteria Esportiva. Com esse tanto de não-sei-o-quê-bet, é claro que os subornos estariam acontecendo canalhices mil também no criptomercado esportivo.
Pra bater a real, não há como acabar com o problema. Onde existe gente, há também a possibilidade de fraude. Onde existe muita gente como no futebol, há muita possibilidade de fraude. Mas tem como reduzir riscos. E isso passa pela regulamentação das casas de aposta online.
Aqui nem argumento sob a lógica da justiça tributária, pois é óbvio que essas atividades têm que dar sua parcela de contribuição ao Estado brasileiro como todas as demais atividades econômicas fazem. Isso é evidente. Defendo aqui a regulamentação na perspectiva de colocar mais barreiras às tentativas de fraude.
Quando um atleta recebe suborno para ter determinado comportamento em campo visando lucro de quem aposta, os prejudicados são a empresa-bet, o time em que ele joga, os demais apostadores que não estão botando dinheiro numa partida isenta, o campeonato e os torcedores que gastam seu tempo com o futebol.
Viu a quantidade de gente lesada?
Se as apostas online fossem regulamentadas, poderíamos ter um mecanismo de denúncia por parte das empresas. Quando elas perceberem um fluxo atípico de apostas em determinado comportamento ou jogada, a partida deveria ser suspensa das plataformas e os cartolas comunicados. Um protocolo relativamente simples e que pode preservar a reputação do futebol. Além de ser mais fácil identificar e punir quem se corrompeu.
Mas é claro que tem gente lutando contra a regulamentação. Afinal, o interesse é justamente ganhar dinheiro na zona cinzenta em que habitam esses sites. Aposta quanto que é por aí?
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Ingryd Oliveira – ACG