Imposto de Renda: não dá mais para protelar com o leão

O temido último dia de entregar o Imposto de Renda chegou. Hoje, 31 de maio, devemos enviar para a Receita Federal tudo que entrou e saiu de nossas contas e torcer para que alguma restituição volte do Governo Federal para nossos bolsos. Uma das alegrias mais cretinas que existem, diga-se de passagem.

Já me iludi com a tal da restituição. Ficar feliz com o dinheiro que recebemos de volta é tão cretino quanto comemorar o gol do Oscar no 7×1. Quando olhamos o total que pagamos e a parcela ínfima que é restituída, percebemos que não tem razão a alegria. 

É claro que poderia ser pior. Sempre pode. Em vez de ter uma fatia de volta, você pode ser intimado a pagar mais um tanto. Seria como se o VAR identificasse mais dois gols da Alemanha ao final do jogo e ainda anulasse o tento brasileiro. O lamentável 7 a 1 se tornaria um 9 a 0. Viu como pode piorar?

Não sou do time que deixa tudo para o último dia. Sempre separo um feriado do primeiro semestre para enfiar minha cabeça em comprovantes, contracheques, notas fiscais e papeladas afins. Normalmente faço na sexta-feira da Paixão, por solidariedade a Jesus Cristo deixo a Receita me crucificar no dia lembrar o sacrifício Dele. Quando não dá, uso a folga de Tiradentes: e a forca do leão abraça meu pescoço como se eu fosse um inconfidente mineiro.

No acerto deste 2023, levei uma chibatada que ainda não me recuperei. Dividi em oito parcelas e estou com o boleto do DARF ali me olhando que sabe que tenho um acerto de contas com ele ainda hoje.

Dizem que nada é mais certo no mundo que a morte e os impostos, não é mesmo? Enquanto a primeira não vem, e torço para que demore!, vou lidando do jeito que dá com o que resta pra hoje: pagar o leão. 

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução