Mabel quer eleitor de Adriana como amante e não como namorado

Sandro Mabel está dando uma de malandrão. Ele deseja (e precisa) dos quase de 170 mil goianienses que manifestaram preferência por Adriana Accorsi nas urnas, mas não quer assumir compromisso algum. Trata-os como se fossem amantes.

Está na pilha daquele contato mais íntimo, mas não aparece com a pessoa em público. Só marca encontro em locais ermos. Restaurantes escondidos ou bares vazios. E de lá é direto pro motel. Não quer ser visto com esse eleitorado. O problema é que para ter o bem bom, no caso o voto e a vitória, é preciso passear no Flamboyant de mãos dadas no sábado de tarde.

Mabel vai chamar os eleitores de Adriana pra namoro ou vai continuar tratando-os como amante? Essa é a pergunta.

Caso tudo fique como está, o candidato de Ronaldo Caiado perde pro de Jair Bolsonaro. O empate favorece Fred Rodrigues. Quem está atrás e precisa correr é Mabel. Mas ele pisa em ovos.

Para atingir o 50% mais um necessários para vitória em segundo turno, pegando de base o que foi computado no último domingo, Mabel precisa de mais de 150 mil votos. A grosso modo, todos que sufragaram Matheus Ribeiro e Vanderlan Cardoso; e um terço dos que preferiram Adriana.

Sem estabelecer compromisso, pedir apoio e acatar pautas, não é coisa simples. Confiar somente que a rejeição ao bolsonarista atrairá esses votos é tão promissor quanto apostar o salário do mês no jogo do tigrinho.

Lembre-se que a votação cai no domingo de um feriadão em Goiânia. Piri ou Caldas estão logo ali. Há a hipótese de ficar em casa e arcar com a fortuna de R$ 3,51 de multa pela abstenção. Por fim, sempre existe a chance da pessoa ao colégio em que vota e anular – digitando 13, só de pirraça.

Em cima do muro não se ganha eleição. É hora de correr riscos. Ou Mabel pede o voto de Adriana e seus eleitores se expondo ao antipetismo hidrófobo; ou fica na moita com boa chance de ver Fred no Paço Municipal nos próximos quatro anos.

O que ele vai fazer?

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução