Margareth Menezes de ministra da Cultura. O que esperar?
Margareth Menezes aceita o desafio proposto por Lula e vai liderar pasta responsável por políticas culturais
Margareth Menezes tem um pepino do tamanho do Brasil em mãos. E ela sabe disso. Ao aceitar o convite para ser ministra de Estado da Cultura, a cantora topou um desafio que não é pequeno.
Na perspectiva de Lula, é compreensível chamar a cantora. O presidente eleito tenta replicar o que foi feito no primeiro mandato com sucesso. Naquela ocasião, Lula convidou Gilberto Gil para comandar a pasta. Gil e Menezes têm alguns pontos de interseção. Ambos gozam de respeitabilidade alta no meio cultural. Músicos, baianos, pretos. Mas com uma diferença que não pode ser desprezada: Gil, ao assumir a pasta, já tinha experiência na burocracia pública como vereador em Salvador.
Parece pouco, mas não é. Entender o funcionamento da máquina pública é tão importante quanto entender do metiê específico do ministério. Veremos se Menezes será capaz de lidar com os chatos meandros de uma repartição que são tão distintos do fazer artístico.
Além disso, outro desafio colossal que está nas mãos da futura ministra é a reconstrução completa de um setor devastado. Vivemos quatro anos de trevas na Cultura. Tivemos de tudo. De secretário nazista, passando por atriz global reaça e chegamos a gogo-boy de Malhação. Um pior que o outro. Todos imbuídos da meta de destruir as políticas para o setor construídas desde a redemocratização. Todos deram sua parcela de contribuição para esse intuito.
Logo, Menezes terá que lidar com uma ansiedade tremenda dos agentes culturais que estão desesperados para novamente ter interlocução de alto nível com o Governo Federal equilibrando essa expectativa com um caixa pra lá de apertado. Como já falei, não será fácil.
Fica a torcida para que ela se saia bem nessa.
@pablokossa – Mais Goiás / Foto: