Comportamento

O ano de 2022 é um zumbi que agoniza prestes a morrer

2022 foi aquele ano que deu esperança e medo, raiva e alegria, agonia e êxtase, mas que finalmente está dando tchau

“Que ano louco foi esse, não é mesmo?” Parece que todo final de dezembro repetimos isso, como se não soubéssemos que o próximo ano pode perfeitamente nos atropelar e ser ainda mais louco, tal qual aquela música Alinhamento Energético (Humana) de composição da Letrux para a bela interpretação de Fafá de Belém. A gente mora no Brasil, bicho. Aqui é ano louco atrás de ano louco que não acaba mais.

Mesmo ciente disso, sei que 2022 teve suas peculiaridades nesse acúmulo de loucuras extremas que é o Brasil. A cada dia um suspiro, a cada dia a sensação de que tudo daria errado, a cada dia uma esperança de que as coisas erradas seriam varridas do mapa, a cada dia percebendo que essa esperança não passava da mais pura ingenuidade.

Mas passou. O 2022 está em seus últimos suspiros. Ele é um zumbi rastejante que agoniza atrás do personagem do Walking Dead. Só que é daquele tipo de zumbi que não oferece mais perigo. Seus grunhidos não amedrontam mais. Seriam dignos de pena se possível fosse sentir algo perto disso de um ser tão repugnante. O personagem do gibi que virou série enfia uma lança na cabeça do zumbi 2022 sem o menor peso de consciência. 

O ano que terminará no último segundo do próximo sábado acabará como todos anos terminam: com brindes, beijos e abraços. E uma ressaca certa no dia seguinte. 

Até lá, o maior de nossos zumbis não estará rastejando na sarjeta. Mas já no lixo da história, terá fugido de avião e emanará seu miasma característico de morte em terras ianques. 

Na boa, não é pouca coisa. É bom demais.

Jogue suas mãos para o céu.

Até 2023!

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Divulgação