Coluna do Pablo Kossa

O calor e a o ar seco a gente aguenta, mas a falta de feriado…

No meio do apocalipse climático, o calendário ainda comete a ironia de meter nos finais de semana um monte de feriados que acalentam a alma do trabalhador brasileiro

Temperatura em Goiás pode chegar outra vez a 41ºC, nesta quinta-feira (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Calor infernal com recordes sucessivos de altas temperaturas. Fumaça entupindo as narinas e prejudicando a respiração. Escassez brutal de chuvas que deixa o ar mais seco que o do Saara. Pra completar o cenário apocalíptico, o calendário ainda fez o favor de deixar para o final de semana um monte de feriados deste segundo semestre de 2024. Aí já é demais.

A folga remunerada ocasional que acalenta a alma do trabalhador brasileiro por conta de comemorações cívicas ou religiosas cair no sábado ou domingo é sacanagem. Das piores.

Para a tragédia ambiental que nos cerca os cientistas já foram nos preparando há décadas. Já pro trabalho extenuante e cansaço sem fim, a ciência parece que só a pouco se tocou.

Nada me irrita mais do que o papinho cretino da Fiesp ou Faria Lima de que feriados prejudicam a economia. Vá dizer isso às cidades turísticas, ao setor de gastronomia, entretenimento ou cultura. Dias de folga potencializam o faturamento desses setores da economia que são solenemente ignorados pelas antas do tal mercado.

E o pior é que este texto não se pretendia somente como lamúria. Se não posso ofertar esperança para os anos vindouros em relação ao colapso ecológico, minha intenção era em relação aos feriados ter boas novas. Doce ilusão. Um tantão desss datas em 2025 também ostentam sua inutilidade em sábados e domingos.

Se ainda tivermos vivos frente ao meio ambiente em chamas, vamos penar muito no trabalho também no ano que vem.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás