Paquetá vacilou sim, mas banimento é desproporcional
Jogador errou e merece pagar por isso, mas com razoabilidade perante o delito cometido com a casa de apostas
Lucas Paquetá deve estar sem dormir há uns dias. E por motivos plausíveis. A Federação Inglesa de Futebol parece estar empenhada em dar pena máxima ao atleta brasileiro: o banimento do futebol. Uma desproporção gigante perante o vacilo cometido pelo jogador do West Ham.
Ele tem 26 anos de idade e mais dez de carreira com tranquilidade. Está no seu auge. Titular absoluto e decisivo do clube em que atua e também da Seleção Brasileira, sondado para jogar no Manchester City (atual tetracampeão inglês). Tem muita lenha pra queimar nos gramados mundiais. Mas essa trajetória de sucesso e ainda promissora pode ser abortada precocemente.
Pra quem não sabe da história, Paquetá parece que se enrolou por uma bobagem inacreditável. Ele teria combinado com amigos de infância da Ilha de Paquetá (onde nasceu e por isso o apelido) de tomar um cartão amarelo em determinada partida. Isso aconteceu e a bet percebeu um fluxo incomum de apostas para essa jogada vindos todos justamente do local onde o jogador nasceu. Parece batom na cueca.
A empresa lesada tem todo direito de ser ressarcida, já que ela foi a maior lesada. Desembolsou uma grana com o ardil de Paquetá e seus parças. Alguma pena desportiva também é necessária. Um cartão pode mudar o rumo de uma partida, mas parece que não foi o caso específico do jogo em que o brasileiro armou tudo.
Mas daí partir para o banimento é descabido. Usar canhão para matar muriçoca. Uma raquetinha elétrica basta. A punição de Paquetá tem que ser pecuniária de ressarcimento com um belo acréscimo perante o valor gasto pela bet que levou o golpe e algumas partidas de suspensão. Qualquer coisa além disso é desproporcional e injusto.
A não ser que tenha mais coisas que ainda não sabemos envolvendo o brasileiro. Aí a coisa muda de figura, por óbvio.
Pegar Paquetá pra Cristo não faz o menor sentido.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: West Ham