Qual o seu podcast favorito?

Qual seu podcast favorito? Deus me livre ter que responder uma pergunta assim. São tantos e tão variados. Tem os de atualidades, os de história, os de música, os de futebol, os de cerveja, os de humor, os de economia, os de entrevista, os de política… Como escolher um único?

Sou ouvinte de rádio desde que me entendo por gente. Meus pais e avós já ouviam rotineiramente e me passaram esse hábito. No final da infância, eu já tinha minhas emissoras e programas preferidos. Hábito que orgulhosamente me acompanha até hoje. Pra quem gosta de rádio, acompanhar podcasts é meio que natural. 

A vantagem que eles têm é que você pode encaixar a audição na sua rotina. É a lógica do streaming que facilitou essas coisas. 

Mas tem algo que separa os adultos dos imberbes quando o assunto é podcast: a velocidade da reprodução. Os pueris, que gostam de brincar na parte rasinha da piscina, ouvem em ritmo normal. Quem gosta da parte funda onde não dá pé escuta com velocidade dobrada, a temida 2x que os aplicativos oferecem.

Não ouvi Ratos de Porão em doses cavalares desde o início da adolescência por nada. Estou acostumado a entender João Gordo cantando na velocidade de um Fórmula 1. Nenhum podcast rodando em velocidade acelerada me intimida. 

Na verdade, é exatamente o contrário. Sinto uma preguiça gigante de podcast em velocidade normal. Parece que tá todo mundo falando emaconhado. Mais lento que um caramujo sonolento. 

Pra você ver o que essas coisas tecnológicas fazem com cabeça da gente, a fala normal da vida me parece lenta. Ben Harper diria welcome to the cruel world. 

Hoje não faço uma caminhada, não lavo uma louça, não pratico um pedal, não jardino o quintal de casa sem o fone rolando um podcast. Em velocidade dobrada, é claro.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução