Coluna do Pablo Kossa

Tanto faz se Altemar ou Katatau, ele sempre foi um visionário

Fundador do Mais Goiás deixa legado para o jornalismo de coragem, ousadia, perspectiva visionária e liberdade editorial

Altemar Santos, também conhecido pelo apelido de Katatau, deixa esposa e filho (Foto: arquivo pessoal)

Quem o conheceu dos tempos de rádio o chamava de Katatau, já quem teve contato após a ascensão do Mais Goiás pelo epíteto de batismo, Altemar. Tanto faz o nome: o que todos reconhecem é o coração gigante desse cara incrível que infelizmente nos deixou na noite de ontem.

Uma lástima ter partido tão jovem. Um sonhador que não tinha limites para colocar suas ideias malucas em prática. Trabalhava 32 horas por dia e conseguiu concretizar muito do que inúmeros (eu incluso) achávamos impossível. 

Sua cabeça frenética sempre queria mais. Conversar com ele era ser bombardeado por mil projetos, planos e tal. Parecia conversa de doido. E era mesmo. Mas um doido que botava suas doideiras de pé. Isso é pra poucos. Um baita mérito.

Sou do time que o conheceu como Katatau. Era estagiário na Rádio Interativa no ano 2000 e ele trabalhava como locutor na emissora. Já naquela época tinha a cabeça a mil por hora. Com a internet incipiente, montava sites de compra e venda, portais de fofocas de artistas (lembra-se do Te Contei?, pois é, criação dele), cobertura esportiva online… Essa inquietação resultou no Mais Goiás. Golaço que o colocou no panteão dos grandes empresários da comunicação do nosso estado.

Entrei para o time do Mais Goiás em novembro de 2020. E não foi por falta de convites que só rolou durante a pandemia. Katatau já havia me chamado por diversas vezes. Quando finalmente deu certo, entrei de cabeça e com muito orgulho.

Jamais me esquecerei do quanto ele foi digno durante a crise que um texto que escrevi causou ao Mais Goiás. Biltres se organizaram em manada de denúncias contra o perfil do portal no Instagram. Derrubaram a conta por discordar de um artigo que publiquei. Os ignóbeis queriam minha cabeça e seria muito confortável pra Katatau me jogar às hienas. Eu estava incomodado com tamanho transtorno e pedi demissão pra minimizar o estrago. Ele não aceitou. Além disso, me bancou com uma coragem admirável. Coisa de gente de caráter gigante. Coisa de gente de coração do tamanho do mundo. Coisa que o Katatau fazia. 

Não me canso de repetir: jamais esquecerei do apoio que me deu nesse momento de fragilidade profissional e pessoal, já que tive até que contar com apoio policial por conta dos ataques que sofri. 

Com muito orgulho, até hoje estou aqui no Mais Goiás. Graças à coragem do chefe.

Katatau deixou sua marca indelével na história do jornalismo em Goiás. Mas ele queria mais. Sonhava em ganhar o Brasil. Não dá pra duvidar que chegaria lá. Basta olhar o tanto que ele já fez. Nós, do time do Mais Goiás, suaremos sangue pra manter de pé e levar adiante seu legado. Enzo já está no comando administrativo do portal e sabe que pode contar a equipe que o pai montou.

Uma tristeza sua partida precoce, uma alegria ver tudo que construiu em tão pouco tempo de vida.

Saudades eternas, gigante Katatau.  

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução