Vanderlan Cardoso está com a faca e queijo nas mãos

Vanderlan Cardoso está jogando parado e, mesmo assim, marcando gols. Com o vento a favor, o barco de vela anda rápido. E é isso o que está acontecendo com o senador por Goiás, pois as forças da natureza parecem empurrá-lo para outra disputa à Prefeitura de Goiânia. Mas agora com uma diferença importante: o cenário parece lhe sorrir com o favoritismo.

Sempre bom colocar que favoritismo não significa vitória. O Brasil entrou como favorito contra a Itália em 1982 e até hoje lamentamos a Tragédia do Sarriá. Nos tempos literais de hoje, é preciso destacar o óbvio, pois todo favoritismo precisa se confirmar dentro de campo. No caso de Vanderlan, nas urnas.

Hoje senador, Vanderlan despontou para a política em nível estadual quando Alcides Rodrigues o inventou candidato a governador em 2010. Mal avaliado em sua gestão no Palácio das Esmeraldas, Cidinho precisava de um nome para defender seu legado. O então prefeito de Senador Canedo topou a empreitada e ali ficou conhecido dos goianos fora da cidade vizinha da capital.

A partir dali, começou sua saga de candidato. Tentou o Governo novamente em 2014. Colocou seu nome na disputa de Goiânia em 2016 e 2020. Logrou êxito na disputa ao Senado em 2018. Tantas vezes aparecendo pedindo voto ao eleitor, ficou conhecido. E esse é seu ponto forte na disputa do ano que vem, o que os marqueteiros chamam de recall. 

Na entrevista concedida a Domingos Ketelbey a este Mais Goiás, ele se coloca na pista. Em 2024, além do nome já consolidado na cabeça do eleitor, ele disputará com nomes menos conhecidos pelo eleitor. Afinal, em 2010 e 2014, ele perdeu para Marconi Perillo. Em 2016, Iris Rezende foi seu algoz. Em 2020, Maguito Vilela quem o derrotou. Todos pesos pesados da política goiana. Isso não acontecerá no ano que vem. Os adversários de Vanderlan serão nomes procurando uma consolidação no cenário. Logo, o senador está na frente.

Os problemas de Vanderlan são dois. O mundo político o enxerga como alguém sem grupo, do bloco do eu sozinho. Ou ainda pior, como candidato tribalista, que é de todo mundo e todo mundo é dele também. O senador já circulou, apoiando e sendo apoiado, por tudo quanto é grupo político de Goiás. Já foi filiado à meia dúzia de partidos. Não é visto como alguém de grupo, mas como um cara que coloca seu projeto acima de todo mundo.

Outro problema é aquilo que Brizola brincava com Maluf: o tal do candidato competente – que compete, compete, compete e nunca ganha. Mais um fiasco eleitoral em Goiânia daria direito a Vanderlan pedir música no Fantástico com a terceira derrota consecutiva na capital.

Se Vanderlan será bem sucedido ou não, só saberemos ao final de outubro de 2024. O que não falta é água pra passar debaixo da ponte. Mas que ninguém tenha dúvidas: Vanderlan será candidato e pela primeira vez começa o jogo como favorito. Não é pouca coisa.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução