Venda de áreas públicas de Goiânia pode ficar pra depois
Período pré-eleitoral não é o apropriado pra colocar nos classificados parte do patrimônio de todos goianienses
A possibilidade de venda de 76 áreas públicas de Goiânia está tramitando na Câmara Municipal. Já passou até na CCJ. Os vereadores não fazem alarde, pois têm noção que esse ano é delicado colocar suas digitais em projetos assim. Sabe como é, logo ali em outubro o goianiense estará escolhendo seus novos representantes e ninguém quer ficar com a pecha de entreguista de patrimônio público nessa altura do campeonato. Ano que vem já é outra história.
Por isso mesmo é melhor deixar esses projetos que envolvem futuro longínquo da capital pro ano que vem. Causa estranheza tamanha sanha em resolver isso aos, digamos, 38 do segundo tempo. Não sabemos quem será o próximo inquilino do Paço Municipal. Nem os vereadores que estarão no parlamento nos próximos quatro anos. O açodamento em tocar adiante esse projeto agora é inapropriado. E, por óbvio, causa estranheza.
Por que agora? Por que esse desespero?
Por princípio, sou contra a venda de lotes e imóveis públicos quaisquer que sejam. Goiânia tem demandas mil para cada região da cidade. Pode ser posto de saúde, creche, praça ou centro cultural. Parque, quadra esportiva, terminal de ônibus ou prédio da administração. Tendo em vista que imóvel ou área é coisa cara, melhor manter o que se tem.
É claro que podem existir exceções. Um ou outro pode ser vendido. Fazer um caixa com um projeto específico, algo que não faz sentido a posse. Tudo pontual. Por isso que 76 me soa exagerado.
A venda tem que ser excepcional, analisado com muito cuidado. E tem que ser feita no primeiro ano de mandato. Para que ainda dentro dos quatro anos da administração daquele político a população possa usufruir do bem que a comercialização daquele imóvel proporcionou.
Nunca que algo de tamanha monta poderia tramitar nesse momento de mandato. Muito menos com tamanha pressa. E ainda mais batendo no mastodôntico número de 76 áreas.
A real é que tudo isso cheira muito mal.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução