Coluna do Pablo Kossa

X-Men ’97 vai me fazer assistir desenhos de heróis novamente

X-Men ’97 atiçou minha curiosidade e vou voltar ao universo dos heróis que me faziam sair mais cedo da escola na década de 1990

O grande ativo do X-Men ’97 é a nostalgia de gente de meia idade (Foto: Marvel)

X-Men ’97 foi capaz de fazer algo comigo que eu realmente não esperava: me atiçou a ver desenho de heróis novamente. A saga dos mutantes da Marvel em animação que entrou em cartaz no Disney+ rememora a animação da década de 1990 e fez com que gente de meia idade fizesse festinha nas redes sociais como se fossem adolescentes comemorando uma nova turnê de uma banda de k-pop. Não chegou a ser o meu caso. Mas quase.

Acompanhei o desenho X-Men nos anos 1990 quando passou na Globo. Eu cabulava um trecho da última aula pra chegar mais cedo em casa e assistir à animação na TV Colosso. Bons tempos…

E é justamente este o grande ativo do X-Men ’97: a nostalgia. Rememorar tudo que encantou crianças e adolescentes há três décadas é um baita filão da indústria do entretenimento de hoje. Não só no audiovisual. As turnês de revival lotando estádios país e mundo afora estão aí pra mostrar que o passado vende muito bem.

Eu li e ainda leio muito gibi. Comecei na primeira infância com a Turma da Mônica e os personagens Disney. Na pré-adolescência, quando seria o natural migrar para o universo dos heróis, comigo não rolou. Achei os desenhos bagunçados, tudo muito confuso. Mas o que me incomodava de verdade era a lógica da novela, em que uma história não se resolvia na mesma edição. Você tinha que comprar o próximo, e o próximo, e o próximo pra saber o desenrolar da coisa. Aquilo me deu um puta bode. Fui para as revistas Mad e Chiclete com Banana que zonearam minha cabeça com vontade. Até hoje apresento as cicatrizes mentais dessas revistas. Com orgulho.

Por isso que não sei por que diabos o desenho X-Men me pegou. Provavelmente eu estava almoçando com minha irmã vendo desenhos e a história me envolveu. Não me recordo o momento. Só me lembro que nós dois ficamos fãs e passamos a acompanhar a saga diariamente como uma novela. Do jeitinho que eu não gostava no gibi.

Nunca mais revi as cinco temporadas produzidas entre 1992 e 1997 desde aquela época. Com a notícia da nova leva recomeçando de onde parou, vou pegar lá de trás para me lembrar de tudo. E claro que vou botar minha caçula para assistir junto comigo ocupando o lugar que minha irmã tinha lá atrás. 

Tem chance de rolar uma baita frustração? Claro que sim. Nunca é prudente revisitar lugares e situações em que fomos felizes. Mas o que é a nostalgia senão praticar saudar a própria juventude que não volta nunca mais? 

Assim sendo, lá vou eu me entranhar novamente entre tretas de mutantes, romances pueris e gente com cueca em cima da calça.

Depois lhe conto por aqui o que achei.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução