O presidente Dilmou?
Muito se falou sobre a falta de aptidão da ex-presidente Dilma Rousseff para o palanque,…
Muito se falou sobre a falta de aptidão da ex-presidente Dilma Rousseff para o palanque, muito além disso várias de suas falas foram replicadas como o ápice do absurdo que um governante poderia dizer, como a saudação a mandioca e a famosa “estocar vento”.
Sem questionar se de fato existia algum raciocínio que justificasse as falas de Dilma, realmente em muitos de seus pronunciamentos ela deixava transparecer o desconforto diante do microfone, em alguns momentos falhava na construção da linha de raciocínio e acabava tendo um discurso muitas vezes confuso.
O brasileiro apesar de toda a insatisfação com essa ausência de talento para a fala da ex-presidente, acabou por eleger um novo representante que em um semestre de governo já dá sinais de que também será lembrado pelas falas no mínimo polêmicas.
Os defensores fiéis de Jair Bolsonaro defendem suas falas e atribuem a ele os adjetivos de “sincero”, “sem mimimi”, “sem papas na língua”, “gente como a gente”, e justificam seu discurso truncado, repleto de falas raivosas e retórica vazia com base nessa coleção de adjetivos que em tese seriam positivos.
A reflexão que é mais do que urgente (é necessária) é: nós então gostaríamos de lidar com pessoas em nosso convívio próximo com essa postura? Se um comerciante nos atendesse “sem mimimi” estaríamos satisfeitos ou isso seria pura grosseria e despreparo?
Outro ponto a ser pensado é quanto a validação de que um chefe de Estado seja “gente como a gente”, ora, se todos nós estivéssemos tão preparados ao ponto de podermos sermos presidentes de uma nação, por qual motivo não ocupamos cargos dessa magnitude?
Ao que tudo indica ao invés de projetarmos para as funções de liderança figuras que tenham maiores capacidades que nós, esperamos que alguém no mínimo mediano consiga então resolver os problemas ocupando o espaço de alguém que deveria estar pelo menos acima da média.
É incrível pensar que passamos a tolerar um comportamento no Presidente da República que não toleraríamos nem se quer em um prestador de serviços “simples”. O que isso mostra sobre nós?
Enquanto as empresas passam por uma corrida em busca da conquista da eficiência na gestão, se preocupam com a comunicação e imagem de sua instituição e tentam alinhar o que é feito, com o que é dito, entendemos então que isso não precisa ser aplicado a uma nação.
A grande verdade é que a tolerância e até mesmo a aprovação desse tipo de comportamento fala mais sobre quem o tolera e quem o aprova do que sobre o próprio presidente.
E o que parecia impossível se repete ou talvez seja até mais intenso, elegemos um representante que “Dilmou’ mais do que a própria Dilma, torçamos pra que isso se restrinja apenas a fala.