Problema de todos, animais de ninguém
Nos acostumamos a conviver com animais abandonados nas ruas e contribuímos para que o poder público seja ainda mais inerte.
As olimpíadas estão ai e tornou-se mais um problema pra um país com uma quantidade enorme deles. O que chama atenção é que o foco sempre se volta para os novos problemas ou para o agravamento daqueles que já estão por aqui e se tornaram algo que não se pode ignorar mais.
Em nenhum desses tipos se enquadra o problemas dos animais abandonadas. Estranhamente nos acostumamos a conviver com uma infinidade de animais que vivem perambulando pelas cidades. Sem donos, sem cuidados, sem controle e sem saúde.
Todos os dias ignoramos esse problema. Cuidamos dos nossos animais e deixamos pra trás todos os demais. E muitos na verdade não cuidam nem mesmo dos seus.
A questão não é que todos deveriam pegar um animal pra si e cuidar. Claro que não.
Muitas pessoas não gostam, não possuem espaço, interesse ou dinheiro pra isso. Mas o que não faz sentido é que não estejamos todos cobrando.
Cobrando que os animais e seus donos sejam devidamente cadastrados, cobrando um projeto de castração e recolhimento para adoção dos animais rua, cobrando que o poder público deixe de ignorar que animais abandonados são um problema social sim.
Os protetores fazem um trabalho de “enxugar gelo”, arrecadando dinheiro, implorando por suporte para resgastes, buscando abrigos e tentando de alguma forma minimizar os danos que indiferença da população e do poder público causa.
Não é uma questão de gostar de animais ou não, é ter a compreensão de que esses animais causam acidentes de trânsito, acidentes com ataques, transmissão de doenças e problemas ate mesmo em galeria pluviais e a culpa não é deles, é dos humanos.
Eles são vitimas também.
Animal não é brinquedo e não deveria ser mercadoria. Precisamos fazer com que animais abandonados deixem de ser algo comum, mesmo que muitos ainda não recolham se quer os dejetos que seu próprio animal deixa na calçada.
Olimpíada é só um problema novo pra quem não tem o hábito de solucionar os velhos.