Ser mãe ou não ser? Ninguém tem o dever

As discussões nas redes sociais abrem oportunidades de vermos temas antes idealizados, por uma perspectiva mais real. Já encontramos mulheres que deixaram bem claro que a maternidade é muito mais difícil do que se possa imaginar e que nem tudo são flores.

Obviamente os defensores da maternidade como algo inquestionavelmente perfeito surgem como verdadeiros inquisidores. As frases de efeito são várias, “só reclama quem não ama o filho”, “quem se cansa é por que o amor é pouco” e o rosário de julgamentos só aumenta.

Mas mesmo assim hoje essa é uma discussão possível, mulheres compartilhando o quão difícil é ser mãe, juntamente com as delicias que a maternidade traz. Desmistificando a imagem de que a mãe deve ser incansável e inesgotável a todo tempo.

O assunto ainda proibido é o ‘Não ser mãe’. Quando alguma mulher declara que não quer ter filhos é como se o apocalipse estivesse próximo. E ai as frases prontas são ainda mais duras, “Uma mulher só é completa com filhos”, “ O único amor verdadeiro é o amor de mãe”, “ A mulher sem filhos não tem alma e fica vazia” e assim continua sempre tendendo a piorar.

Aquelas que não veem a maternidade como sonho e proposito de vida ou ate mesmo como possibilidade, são taxadas como egoístas. O que é uma ironia muito grande, já que colocar uma criança no mundo e não ter condições de dar o seu melhor para sua formação seria na realidade o egoísmo.

Muito além de compartilhar as experiências relacionadas à maternidade as mulheres deveriam ter o espaço para questionar se, ser mãe é algo que a fará feliz sem ser tratada como um monstro.

Ter a possibilidade de questionar não significa que ninguém mais será mãe. Significa que aquelas que optarem pela maternidade o farão por um desejo genuíno e não por uma imposição social ou por acidente de percurso.

Por mais assustador que possa parecer, é possível sim viver fora da formula, casar e ter filhos. Incrível não é ?