Tabata Amaral, a Geni da vez?
No desenrolar das votações da reforma da previdência, além de todo barulho que já era…
No desenrolar das votações da reforma da previdência, além de todo barulho que já era esperado, um novo estrondo se fez presente, os ataques a Deputada Federal eleita por São Paulo, Tabata Amaral.
Seu partido, o PDT, já havia se posicionado contra a reforma e determinado qual seria a linha de votação de seus parlamentares, contudo Tabata e mais sete representantes do PDT, votaram a favor da Reforma da Previdência.
O curioso no caso é por qual razão justamente o voto destoante da deputada causou tanto impacto sendo que ela não fora a única a sair da rota traçada pelo partido. Além disso a forma como o partido se posicionou fala muito sobre como nossa política continua a funcionar. Não, ela não mudou como muitos acreditavam que mudaria a partir de janeiro de 2019.
Tabata fundamenta seu voto em argumentos que convergem com suas opiniões políticas, por isso seu discurso faz sentido, ainda assim em meio aos ataques de todos os lados, que só conseguem enxergar o preto e o branco, a direita e a esquerda, as opções no caminho do meio de fato desaparecem e se tornam até mesmo algo parecido com uma traição.
Com uma atuação pautada na educação como ela mesma se define, ativista pela educação, formada em Ciências Políticas pela Universidade Harvard a deputada alcançou votação expressiva no último pleito e em todas as suas aparições demonstra um domínio sobre as questões públicas como poucos políticos de carreira possuem.
Mesmo assim o movimento coletivo é de atacar ou apoiar a posição de Tabata sem antes refletir quanto as suas razões, quem com certeza ajudariam na compreensão de seu voto.
O que se repete é o movimento de atacar o que é novo, o que foge a linha de pensamento que esta posta. Se luta pela educação é contra a reforma. Se é a favor da reforma esta contra o povo. Sem meio termo, sem nuances, sem análise quanto as necessidades imediatas do país.
As consequências desse barulho só serão identificadas a médio prazo, mas o que decepciona é que ao invés de tentarmos pensar nos motivos de alguém que está de fato preparado para vida pública e a exerce com base em projetos, votar favoravelmente a reforma e fazermos nosso juízo de valor, ficamos sempre nos polos dos extremos.
Antes de jogar pedra na Tabata, quem sabe poderíamos ao menos olhar para as razões que ainda não olhamos pra enxergar um novo caminho, diferente e talvez melhor para todos nós.