Kajuru sugere renúncia caso pesquisa em que lidera rejeição esteja certa
Na primeira rodada da Goiás Pesquisas, o senador aparece com 23,03% dos eleitores entrevistados dizendo que jamais votariam no comunicador

O senador Jorge Kajuru (PSB) fez duras críticas aos institutos de pesquisa e demonstrou confiança caso lance sua candidatura à reeleição ao Senado Federal nas eleições de 2026, em entrevista concedida à coluna Poder em Jogo, do portal Mais Goiás, nesta terça-feira (18) e sugeriu renúncia caso os números estejam certos.
Também levantou dúvidas se o deputado federal Gustavo Gayer (PL) estará elegível ao longo do próximo pleito. O contexto das declarações se dão em decorrência dos números do novo levantamento elaborado pela Goiás Pesquisas, em parceria com o Mais Goiás.
A pesquisa o colocava empatado tecnicamente com o senador Vanderlan Cardoso (PSD) e o presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab), na terceira posição com 7,38% de intenção de voto. Kajuru também lidera os índices de rejeição na corrida ao Senado Federal, com 23,03% eleitores entrevistados dizendo que jamais votariam no comunicador.
“Se essa pesquisa for séria e mostrar que sou o mais rejeitado, eu penso até em renunciar. Porque fazer o que eu faço por Goiás e ainda ser rejeitado? Eu nunca tive rejeição na minha vida como jornalista. Será que o goiano está me rejeitando? Se ele está, é melhor eu até ir embora de Goiás”, desabafou. Ele citou resultados práticos que seu mandato tem feito como o empenho de R$ 30 milhões liberados nesta segunda-feira (17), para a saúde em Goiânia.
Para Kajuru, a metodologia dos levantamentos no estado não é confiável. “Todas as pesquisas de Goiás me odeiam porque, há 30 anos, eu as chamo de corruptas. Eu conheço como elas funcionam porque fui dono de rádio e sei que, se eu quisesse comprá-las, poderia. Já ganhei processos contra essas empresas que tentaram me contestar na Justiça”, disparou. O senador sugeriu que pesquisas nacionais, como Ipec e Quaest, trariam resultados diferentes e anunciou que, em maio, encomendará um levantamento próprio para medir sua real aceitação no estado. “Farei questão de mostrar a você”, salientou.
Confiança na reeleição e críticas a Gayer
Apesar da pesquisa apontar alta rejeição ao seu nome, Kajuru demonstrou segurança sobre sua permanência no Senado. Para ele, a disputa estará concentrada entre Gracinha Caiado (UB), Vanderlan Cardoso (PSD) e seu próprio nome, especialmente se o deputado federal Gustavo Gayer (PL) for impedido de concorrer. O senador fez duras acusações contra Gayer e afirmou que ele não estará na disputa em 2026.
“Ele está a caminho da cadeia. Se você não souber disso, é porque você não é jornalista e como você é bem informado, sabe que ele será preso. O STF já negou por unanimidade a defesa dele de imunidade parlamentar e ainda há mais cinco processos. Além de preso, ele ficará inelegível”, declarou Kajuru. Para ele, a presença de Gayer na pesquisa distorce o cenário, e um levantamento sem o deputado bolsonarista mostraria uma disputa equilibrada entre ele, Vanderlan e Alexandre Baldy (PP).
Mudança de percepção sobre seu mandato
Kajuru também destacou que, com a recente exposição de sua atuação no Senado, sua popularidade aumentou, o que, segundo ele, ainda não foi captado pelas pesquisas. O parlamentar afirmou que, por muito tempo, seu trabalho não era divulgado, mas que isso começou a mudar.
“Agora toda hora estou na Record, SBT. Se você fizer uma pesquisa da semana passada para cá, verá que os números são diferentes. O goiano agora sabe que quem mais trabalha em Brasília sou eu”, argumentou. O senador mencionou que, apenas nos últimos dias, destinou R$ 30 milhões para Goiânia e garantiu outros R$ 40 milhões para investimentos no estado.
Possível desistência da reeleição
Kajuru afirmou que sua candidatura à reeleição pode depender da aprovação da PEC de sua autoria, que prevê o fim da reeleição para cargos do Executivo. Caso o projeto avance, ele pode disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026.
“Se eu pedi o fim da reeleição, como vou querer me reeleger? Mas, sinceramente, eu adoraria que essa PEC não passasse agora para que eu possa disputar o Senado só para desmoralizar essas pesquisas”, afirmou.