Palanque de Caiado não deve ter candidato definido à presidência da República
O objetivo é que o União Brasil, partido que derivará da fusão PSL e DEM, tenha sintonia para mais de um candidato
Prestes a ter a criação formalizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido União Brasil, resultado da fusão entre PSL e DEM, ainda está longe de definir um rumo para a disputa presidencial deste ano. O julgamento sobre a criação da nova sigla está agendado para a noite desta terça-feira (08), no TSE, e o presidente do PSL em Goiás, delegado Waldir Soares, aponta que o caminho da legenda será semelhante ao adotado pelo então senador Ronaldo Caiado na disputa ao governo em 2018.
“A tendência é o União Brasil fazer o que fez na eleição passada, quando o Caiado abriu o palanque para mais de um candidato”, afirma o deputado federal. Ex-líder do PSL na Câmara Federal, Waldir cita os nomes do presidente Jair Bolsonaro (PL), Sergio Moro (Podemos), João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB) como possíveis presenças em palanques do União Brasil em diferentes estados. O partido em Goiás será presidido por Caiado, que se distancia cada vez mais dos nomes na disputa presidencial.
O partido resultante da fusão entre PSL e DEM, nasce com a maior da Câmara dos Deputados, mas sofrerá processo de esvaziamento quase automático. Além de uma anunciada saída em bloco de bolsonaristas e de outros parlamentares, o novo partido ainda está em busca de um rumo na eleição presidencial. O julgamento no TSE é visto apenas como protocolar para oficializar a fusão.
Números
PSL (55) e DEM (26) reúnem 81 cadeiras na Câmara e ficarão bem à frente do segundo colocado, o oposicionista PT, que tem 53. Só que, assim que a Justiça aprovar a criação do novo partido, entre 20 a 30 deputados bolsonaristas do PSL deixarão a legenda, em especial para o PL, partido ao qual o presidente Jair Bolsonaro se filiou.
De uma inicial e difícil negociação com Sergio Moro (Podemos) até a recente tentativa de federação com o MDB de Simone Tebet, ou com o PSDB de João Doria, o União Brasil segue sem rumo definido para a eleição presidencial. E a tendência é que o caminha seja exatamente este.