‘A Queda do Céu’: Filme brasileiro celebra vida dos yanomamis no Festival de Cannes
Longa-metragem ainda não possui data de estreia nos cinemas brasileiros
Foi lançado neste domingo durante o Festival de Cinema de Cannes o filme documentário “A Queda do Céu”, uma produção nacional realizada por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro. O longa aborda a cosmologia yanomami e serve de alerta para a humanidade diante das ameaças sobre a Amazônia.
O filme é baseado em um livro escrito pelo antropólogo francês Bruce Albert e o líder yanomami Davi Kopenawa, e o projeto começou a ser idealizado em 2017, mas teve atrasos por causa da pandemia e agora finalmente foi apresentando ao mundo durante o festival.
A produção acompanha a vida de uma aldeia dos yanomami no coração da floresta amazônica, uma etnia de cerca de 30.000 indígenas que dispõem legalmente de seu próprio território, mas que sofre regularmente com as invasões de garimpeiros e madeireiros.
“A floresta está viva. Só vai morrer se os brancos insistirem em destruir-la. (…) Então morreremos, um atrás do outro, tanto os brancos quanto nós. Todos os xamãs vão acabar morrendo. Quando não houver mais nenhum deles vivo para sustentar o céu, ele vai desabar”, alerta Davi Kopenawa.
TRABALHO DE UMA DÉCADA
Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha documentaram os yanomamis durante quase uma década para o filme, mas regularmente, em entrevista à AFP, que quando chegaram à comunidade, a única coisa que poderia fazer era deixar se levar pela magia do lugar.
Eles, por exemplo, filmaram um dos rituais mais importantes para os yanomami, o chamado: “reahu”, uma espécie de cerimônia que a aldeia especificação em homenagem ao sogro falecido de Kopenawa.
“Havíamos lido o livro, fizemos vários roteiros”, recorda Eryk Rocha, “mas ao viver essa festa em seu interior, foi uma experiência muito forte”. “Nós ficamos um mês convivendo com eles. O filme nasceu ali”, acrescenta. “Nos deixamos levar pela força, pelos sonhos da comunidade”.
Durante o ritual, os yanomami consomem drogas alucinógenas, dançam e cantam. Mas também cantam e sonham durante sua passagem pela floresta, durante suas tarefas diárias.
Até o momento, o longa documentário ainda não possui data de lançamento no Brasil. Vamos aguardar!