Christopher Nolan: Do Pior ao Melhor filme como diretor
Pegando o sucesso e reconhecimento de "Oppenheimer", vamos de lista Do Pior ao Melhor filme da carreira do diretor Chris Nolan!
12. FOLLOWING (1998)
Primeiro filme dirigido, escrito e co-produzido por Nolan, “Following” foi feito de forma independente, com equipamentos limitados e filmagens que duraram quase um ano, já que os atores só tinham tempo disponível apenas nos finais de semana. Mas apesar das limitações, a obra já mostrava o interesse de Nolan em desconstruir a ordem narrativa de um roteiro e trabalhar com personagens onde nunca sabemos quais são realmente suas intenções. É um filme rápido de apenas uma hora e dez minutos, mas que já tinha a genialidade de um dos grandes diretores da atualidade.
11. BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE (2012)
Sim, “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” é o mais fraco da Trilogia O Cavaleiro das Trevas. Mas isto não quer dizer que seja ruim. Pelo contrário, o filme possui uma narrativa envolvente e momentos marcantes como a luta do Batman com o Bane no esconderijo do vilão, ou mesmo a sequencia de abertura com Bane roubando um avião. Apesar dos problemas no terceiro ato, onde fica claro que existia muito material cortado na edição, o filme encerra o arco da Trilogia do cineasta com precisão, e ressalta a ideia do Batman como um ser além do homem Bruce Wayne, mas sim, como um símbolo capaz de influenciar e mudar a história. Os temas sociais continuam importantes no roteiro e é formidável a capacidade de Nolan em tornar um entretenimento algo muito mais interessante e instigante de assistir.
10. TENET (2020)
Não é porque “Tenet” está aqui atrás que seja um filme ruim. Aliás, particularmente, gosto demais da filmografia do Nolan e não considero que exista um filme ruim do diretor. Tem, sim, claro, alguns excepcionais e outros mais inferiores. “Tenet” entra nesta segunda categoria em minha opinião. É um filme extremamente ambicioso, grandioso, com diversos efeitos práticos de encher os olhos e ótimos atores. No entanto, achei muita informação (mais do que o habitual do Nolan), denso demais e bastante confuso – o que prejudica um pouco a diversão. Mas sem dúvida, a trama de “Tenet” irá gerar muitas teorias e fomentar inúmeros debates (como sempre acontece com um filme do Nolan).
09. AMNÉSIA (2000)
Primeiro grande sucesso de Nolan, e segundo longa metragem na carreira, “Amnésia” conta a história de um sujeito que sofre de perda de memória recente e que almeja se vingar de quem estuprou e matou sua esposa. Nas mãos de Nolan, somente o problema de memória do protagonista já seria o suficiente para criar um suspense investigativo inesquecível. Mas em “Amnésia”, ao lado de seu irmão Jonathan Nolan, o roteiro é invertido e o filme começa de trás para frente. A obra define com perfeição aquele ditado “o melhor não é o destino, mas é a jornada até ele”. Aqui, a trama já começa com a vingança do protagonista, porém, é o caminho até chegar ali e a maestria e originalidade da narrativa que fazem de “Amnésia” um filmaço. Foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original.
08. INSÔNIA (2002)
Filmaço investigativo, “Insônia” é o único projeto na carreira de Nolan, até hoje, que não foi escrito e criado por ele. Estrelado por Al Pacino e co-estrelado por Robin Williams, o filme faz jus ao imenso talento do elenco e nas mãos de Nolan a história cresce e ganha profundidade. O embate entre Pacino e Williams marca um daqueles encontros de gigantes no cinema.
07. O GRANDE TRUQUE (2006)
Como bem diz o personagem de Michael Caine no início do filme, todo número de mágica é necessário uma distração para que depois o expectador seja surpreendido. “O Grande Truque” é um desses filmes que, como a mágica, brinca com a percepção do expectador, capta sua atenção minuto após minuto, e ao fim, te surpreende maravilhosamente bem. É um desses trabalhos que quanto menos se falar, melhor será a experiência. A disputa dos mágicos interpretados pelos excelentes Hugh Jackman e Christian Bale é obsessiva, tortuosa e vingativa. E o resultado? Outro filmaço de Christopher Nolan!
06. DUNKIRK (2017)
Filmaço de guerra e o primeiro baseado em um acontecimento real dirigido por Nolan, “Dunkirk” é uma experiência sensorial emocionante e mantém o currículo soberbo do cineasta. Não é o meu favorito da carreira do diretor, mas é sim uma obra-prima sensacional sobre um momento histórico da Inglaterra, e que aqui é contada de maneira empolgante e não linear.
05. A ORIGEM (2010)
O roteiro continua intricado e Nolan não trata o púbico como pessoas incapazes de pensar e ao mesmo tempo não perde o senso de diversão. “A Origem” é um blockbuster perfeito! Tem ritmo acelerado, diverte que é uma beleza e de quebra, vêm com um roteiro inteligente que exige nossa atenção. Encontrar este tipo de produto nas grandes produções hoje em dia é raro.
04. BATMAN BEGINS (2005)
Após o fracasso e vergonha de “Batman & Robin” em 1997, a Warner decidiu apostar no retorno do Homem Morcego aos cinemas sob a mão de um então pouco conhecido Christopher Nolan. Sua ideia era trazer um estilo mais humano e realista ao personagem, algo que combina perfeitamente com o tipo de herói que é o Batman. Se nos quadrinhos o cavaleiro das trevas já teve sua origem contada várias vezes nas mãos de diferentes artistas, no cinema ele ganha sua origem definitiva com “Batman Begins”. Além de nos convencer da possibilidade de existir um vigilante vestido de morcego, Nolan acerta no clima, no tom e faz um dos melhores filmes de super-heróis do cinema. E olha que o melhor ainda estava por vir!
03. OPPENHEIMER (2023)
“Oppenheimer” é outra ópera magistral de Christopher Nolan que conta a trajetória do físico J. Robert Oppenheimer na criação da bomba atômica. Mas é uma obra reflexiva sobre a ambição pelo poder absoluto, e como este poder absoluto pode acarretar nossa destruição. Nolan transforma uma obra essencialmente de diálogos em uma jornada tensa, empolgante e de tirar o fôlego. O elenco é magistral mas destaque para as atuações soberbas de Cillian Murphy como Oppenheimer e Robert Downey Jr. como Lewis Strauss.
02. INTERESTELAR (2014)
Tudo que eu falei no texto de “A Origem” sobre Nolan ser um diretor que desafia o público, ao mesmo tempo em que cria um blockbuster envolvente, pode ser usado para definir “Interestelar”. Depois de tramas policiais, super-heróis, mágica e sonhos, agora é a vez da obra-prima espacial de Christopher Nolan. Podem falar o que for sobre o lado emotivo do filme, mas é justamente ele que torna a história tão emocionante. E é a primeira vez que Nolan desenvolve com nuances e sensibilidade uma trama que, apesar da ciência, em sua essência, fala de família e amor. O resultado é uma obra visualmente linda, com um roteiro totalmente baseado em teorias reais – tanto que o físico Kip Thorne ajudou na trama e é um dos produtores-executivos – e com um drama familiar emocionante. Sou apaixonado por “Interestelar” e todas as vezes que assisto continua sendo uma experiência cinematográfica única!
01. BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS (2008)
Em termos de comparação é óbvio que a estrutura de roteiro de “Amnésia”, “O Grande Truque”, “A Origem” e “Interestelar” é muito mais complexa, além de serem projetos originais do diretor. Já aqui nós temos um produto derivado da cultura pop, mas por causa de Nolan o Cavaleiro das Trevas foi repaginado e ressuscitado com respeito e dignidade para o cinema. Não é apenas um filme de super-herói com o clássico embate contra o vilão, mas Nolan eleva o nível da história e constrói uma narrativa altamente elaborada e cheia de debates sociais. A coisa já era muito boa em “Batman Begins“, mas com “Batman – O Cavaleiro das Trevas” tudo fica bem melhor.
Além de trazer profundidade dramática para cada personagem, temos Heath Ledger como a melhor versão do Coringa de todos os tempos e uma das melhores atuações de um psicopata do cinema. O roteiro estabelece tom e ritmo característicos que foram um divisor de águas na época – após o lançamento de “O Cavaleiro das Trevas” a indústria teve uma fase onde o “sério e realista” era o prato chefe -, e claro, o longa transcende o subgênero de super-herói ao criar uma estrutura de filme policial com discussões relevantes sobre caos, anarquia e a instabilidade do ser humano. Nolan trouxe estofo, conteúdo e bastante recheio mas sem perder o senso de diversão. Um clássico sem dúvida!