Crítica: Divertida Mente (2015) | Especial Pixar
Longa-metragem ganhou o Oscar de Melhor Animação
Desde “Toy Story 3” – lançado em 2010 – que a Pixar não lançava uma obra-prima memorável e emocionante. Após investir em continuações como “Carros 2” e “Universidade Monstros”, e em um filme de princesa apenas bom com “Valente”, o estúdio nos presenteia mais uma vez com uma obra instigante, cheia de originalidade e temas que vão além do âmbito infantil para falar sobre escolhas, vida, sentimentos, depressão e existência.
Dirigido pelo genial Pete Docter, o mesmo de clássicos como “Monstros S.A” e “Up – Altas Aventuras”, em “Divertida Mente” a Pixar nos leva para dentro da nossa mente para falar sobre emoções, e a partir delas, trabalhar nuances que permeiam nosso cotidiano e influenciam nossas escolhas de vida.
Por se tratar de uma obra também destinada para o público infantil, Docter faz isso de maneira inventiva e lúdica. Escolhe cinco emoções chaves (alegria, tristeza, medo, raiva e nojo) para desenvolver a narrativa, e consegue falar sobre depressão, sonhos, conceitos abstratos, medos, ansiedade e outras tantas pequenas nuances que tornam “Divertida Mente” um dos projetos mais geniais e emocionalmente adultos do estúdio.
Porém, o que mais gosto no filme é a maneira sensível com que o roteiro nos ensina a valorizar a importância da tristeza. Ela pode não ser boa, mas ela é extremamente essencial para nos tornar humanos, empáticos e por ser a ponte que leva a um momento de felicidade. É na tristeza que conseguimos nos entender melhor, nos avaliar melhor como seres humanos, e é na tristeza que pensamos mais no próximo. Ninguém é, ou consegue, viver em constante alegria – seria insuportável. A tristeza é um sentimento importante e parte essencial da nossa existência, e “Divertida Mente” ensina isto de maneira magistral.
Um dos filmes mais adultos, mas não menos divertidos, da Pixar, “Divertida Mente” é um desses projetos que transcende o âmbito do entretenimento pueril, e é constantemente utilizado como material de estudo por muitos profissionais da psicologia. É sem dúvida uma obra marcante e inesquecível. Mais uma vez, outra obra-prima da Pixar.
Inside Out/EUA – 2015
Dirigido por: Pete Docter
Vozes no original: Amy Poehler, Phyllis Smith, Richard Kind, Bill Maher…
Sinopse: Riley é uma garota divertida de 11 anos de idade, que deve enfrentar mudanças importantes em sua vida quando seus pais decidem deixar a sua cidade natal, no estado de Minnesota, para viver em San Francisco. Dentro do cérebro de Riley, convivem várias emoções diferentes, como a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza. A líder deles é Alegria, que se esforça bastante para fazer com que a vida de Riley seja sempre feliz. Entretanto, uma confusão na sala de controle faz com que ela e Tristeza sejam expelidas para fora do local. Agora, elas precisam percorrer as várias ilhas existentes nos pensamentos de Riley para que possam retornar à sala de controle – e, enquanto isto não acontece, a vida da garota muda radicalmente.