Crítica: Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica (2020) | Especial Pixar
Longa-metragem foi dirigido por Dan Scanlon
Apesar deste péssimo título em português que tira toda e qualquer empolgação em assistir ao filme, “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica” é um projeto injustamente subvalorizado da Pixar e que teve o azar de ser lançado logo quando começou a pandemia. Cinemas fecharam uma semana após a estreia nos EUA, e em outros países o longa nem chegou a ser lançado nas telonas. Semanas depois foi jogado no streaming da Disney e engolido pelo ‘limbo’.
“Dois Irmãos” é uma obra que tem muito mais valor e coração do que aparenta, e apesar de ter mais cara de um projeto DreamWorks, o final não esconde as raízes Pixar e nos leva a um reflexão tocante sobre desapego e família. A trama envolve uma aventura composta por mistérios e um ritmo que lembra bastante os filmes de “Indiana Jones”, aliás, tem muita inspiração de Steven Spielberg aqui – desde referências sutis, até na maneira de construir e conduzir a aventura.
Na trama, dois elfos adolescentes que perderam o pai ganham um presente que possibilita o retorno de qualquer pessoa por apenas 24 horas. Na intenção de trazer o pai de volta, a magia só funciona pela metade e apenas metade do corpo é ‘ressuscitado’. Para completar o feitiço, eles irão precisar de uma joia rara escondida em um lugar desconhecido. Lutando contra o relógio, ambos embarcam numa aventura que irá reaproximar mais ainda os irmãos e mostrar o real valor de cada um deles.
A história pode parecer inicialmente uma trama sobre pai e filhos, mas na realidade, como a própria tradução brasileira faz questão de ressaltar, o filme é uma história sobre irmãos. Dois sujeitos diferentes, com interesses distintos e personalidades contrastantes, que juntos, irão descobrir muito valor e carinho que pouco se percebia. Quando um dos personagens percebe o quanto seu irmão foi importante ao longo de sua vida, e responsável por inúmeros dos momentos mais importantes dela, nossos olhos já estão lacrimosos.
Outro ponto interessante em “Dois Irmãos” é o seu mundo de fantasia. A magia aqui foi vencida pelo progresso, e os seres mitológicos não a utilizam mais. A ideia é interessante e oferece um contraste original a um gênero conhecido pelo excesso lúdico de mágica, reinos e seres fantásticos.
Ao fim, “Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica” é um filme divertido, singelo, leve e com ambições simples, bem executadas e um final emocionante. Merece ser assistido!
Onward/EUA – 2020
Dirigido por: Dan Scanlon
Vozes no original de: Chris Pratt, Tom Holland, Julia Louis-Dreyfus…
Sinopse: Na animação da Disney, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, em um local onde as coisas fantásticas parecem ficar cada vez mais distantes de tudo, dois irmãos elfos adolescentes embarcam em uma extraordinária jornada para tentar redescobrir a magia do mundo ao seu redor.