Crítica: Duna – Parte 2 (2024)
Longa-metragem foi dirigida por Denis Villeneuve
“Duna: Parte 2” pode ser uma adaptação baste fiel do livro aclamado, e cultuado, de Frank Herbert que foi lançado em 1965 e que influenciou centenas de outros projetos (Star Wars…), mas é um filme que assim como seu antecessor demora a chegar nos finalmentes e se arrasta demais no suspense da eminente guerra entre Fremen e Harkonnen. Em duas horas de filme a guerra é ainda uma ameaça que está chegando, e por mais que seja mais grandioso e apoteótico, muita coisa aqui poderia ter sido colocada no primeiro longa e tornado aquele filme de 2021 muito mais objetivo e empolgante, e aqui a tramar focar primordialmente no desfecho com a luta dos rebeldes do deserto e o Império.
“Duna 2” se aprofunda em uma discussão sempre válida e instigante acerca do poder e religião, e como esta última utiliza de suas ideologias para justamente alcançar o primeiro. Mas meu problema com “Duna 2” não são seus temas, ou mesmo sua trama que atualmente pode já não ser surpreendente (ainda que tenha sido algo inovador na época de lançamento do livro), mas meu problema é a constante preparação das peças do tabuleiro e a demora para chegar ao objetivo. E aqui ainda temos a introdução de novos, e importantes personagens, portanto, mais explicação, treinamento e preparação de terreno – e a duração só aumentando…
Tanto que a melhor coisa de “Duna 2” é a sua hora final onde toda aquela preparação repetitiva e lenta finalmente faz valer a espera. O elenco é ótimo, os efeitos especiais são usados com maestria de maneira que deixa tudo plausivel e real, e o diretor Denis Villeneuve prepara o terreno para um “Game of Thrones” angustiante em um possível terceiro filme – mas realizando os desfechos necessários ainda neste daqui.
E eu ainda acho o deserto de “Duna” meio sem vida com uma coloração feia (sempre uso o deserto de “Mad Max: Estrada da Fúria” como exemplo de algo lindo de encher os olhos, enquanto aqui tudo soa muito apagado).
Sei que muitos estão amando “Duna: Parte 2”, e já o estão classificando como uma obra-prima moderna. Particularmente, considero o longa uma obra boa, competente, muito melhor do que o primeiro, mas não um tipo de filme que me empolga para querer revisitá-lo com frequência. Minha opinião, claro. Mas sem dúvida a experiência de vê-lo na tela grande é muito mais compensatória.
Dune: Part 2/EUA – 2024
Dirigido por: Denis Villeneuve
Com: Timothée Chalamet, Zendaya, Javier Bardem, Rebecca Ferguson, Austin Butler, Christopher Walken…
Sinopse: Em Duna: Parte 2, Paul Atreides (Timothée Chalamet) se une a Chani (Zendaya) e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Uma jornada espiritual, mística e marcial se inicia. Para se tornar Muad’Dib, enquanto tenta prevenir o futuro horrível, mas inevitável que ele testemunhou, Paul Atreides vê uma Guerra Santa em seu nome, espalhando-se por todo o universo conhecido. Enfrentando uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo, Paul deve evitar um futuro terrível que só ele pode prever. Se tudo sair como planejado, ele poderá guiar a humanidade para um futuro promissor.