Crítica: Furiosa – Uma Saga Mad Max (2024)
Longa-metragem foi dirigido por George Miller e é estrelado por Anya Taylor-Joy e Chris Hemsworth
Para quem reclamou que “Mad Max: Estrada da Fúria” não tinha história – um equívoco grande, diga-se -, agora com “Furiosa” o diretor George Miller retorna ao mundo pós-apocalíptico de Mad Max para fazer um filme muito mais denso dramaticamente, com uma jornada de protagonista muito mais cheia de camadas, ao mesmo tempo em que mantém a excelente qualidade da ação que injeta bastante urgência à trama.
A história se passa antes de “Mad Max: Estrada da Fúria” e acompanha a jornada de Furiosa desde criança quando foi levada de seu lar, o Vale Verde, até ficar um pouco mais velha e buscar vingança por tudo que aconteceu. Furiosa foi levada cativa para um autoproclamado senhor chamado Dementus (um ótimo e divertido Chris Hemsworth), que na busca pelo lar cheio de verde e abundância de onde foi tirada, acaba encontrando a Cidadela de Immortan Joe (visto no longa anterior).
Em “Furiosa” temos muita coisas acontecendo, mas absolutamente nada é sem objetivo ou fundamento na trama. Miller cria um filme sempre incessante que não esquece a jornada de amadurecimento, e vingança, de sua protagonista – que é levada ao extremo por diferentes circunstâncias, em uma luta angustiante para se manter viva na hostilidade de uma sociedade forjada por homens movidos pela ganância e poder.
E uma das genialidades de “Furiosa” é como Miller também expande o universo de “Estrada da Fúria” apresentando cenários que foram citados no filme anterior, e outros locais novos, e tudo inserido de maneira fluída e visualmente instigante. O deserto continua com um amarelo vivo e mordaz, enquanto as cenas anoite mantém o azul brilhante do luar em contrastes que enchem os olhos.
Em “Estrada da Fúria” Miller fez um filme onde tudo se desenrola na estrada, e aqui ele finca o interesse dramático em uma jornada bem mais intimista e pessoal, movida pelo ódio e vingança, ao mesmo tempo em que coloca cenas de ação onde as mise-en-scènes nunca são confusas, sempre com cortes precisos que valorizam o movimento e o ritmo, e à todo instante buscando enquadramentos que criam verdadeiras pinturas cênicas.
E se em “Estrada ds Fúria” o roteiro abordava temas sociais desenvolvidos através de uma ação frenética e angustiante, aqui Miller redobra a análise e faz questão de discutir o papel frequentemente destrutivo do homem no mundo – principalmente na mão de líderes egocêntricos e prepotentes.
Com uma proposta diferente, mas sem deixar de ser um filme de ação empolgante característico da franquia, “Furiosa: Uma Saga Mad Max” é uma prequel inesquecível, cheia de coração, críticia social, um elenco primoroso e, mais uma vez, uma obra que torna a experiência cinematográfica em algo para ser apreciada na melhor tela e som possíveis. Um filmaço que assim como “Estrada da Fúria”, também nunca será esquecido. Recomendado!
Furiosa – A Mad Max Saga/EUA – 2024
Dirigido por: George Miller
Com: Anya Taylor-Joy, Chris Hemsworth, Tom Burke…