Crítica: Harry Potter e a Câmara Secreta (2002) – Especial Wizarding World
Continuação não é perfeito e desnecessariamente longa, mas é uma aventura infantil divertida e empolgante
Avaliar um filme de “Harry Potter” é avaliar pensando como um filme de Harry Potter, e sem comparar com obras externas. É a mesma coisa com os filmes da Marvel ou da própria série “Velozes e Furiosos”, por exemplo, você enxerga a obra dentro da franquia e como ela se sai à partir daí. Esta continuação tem o retorno do diretor Chris Columbus em uma aventura mais dinâmica do que o original e que dá continuidade ao universo mágico criado por J. K. Rowling.
“A Câmara Secreta” não somente evolui as qualidades do primeiro filme, como os efeitos, a trilha sonora e as cenas de ação, como também nos apresenta cenários e personagens novos que expandem tal mundo. Mas também é desnecessariamente longo (2h e 40 minutos!!!) e repleto de situações que não agregam em absolutamente nada à narrativa principal, mas só colaboram para o aumento da duração. E também continuo sem entender como uma escola cheia de magia e bruxos especialistas no ramo conseguem ter salas secretas com cobras gigantes ou monstros com fácil acesso aos alunos – segurança zero e eficiência menos ainda por parte dos responsáveis pelo local. As crianças conseguem descobrir artefatos e resoluções óbvias que os bruxos velhos não conseguem. Mas enfim, suspenção de descrença para a aventura funcionar!
O filme não evolui tanto a história de seus personagens e se mantém na zona de conforto da “aventura infantil” típica de Sessão de Tarde. Assistido com estes olhos, “A Câmara Secreta”, apesar de todos os problemas, se mantém uma aventura infantil sólida e divertida com um mundo mágico rico em detalhes e características que torna tudo mais especial. O diretor Chris Columbus mantém o estilo oitentista de filmar e desenvolver situações, e é impossível não adentrar no espírito do universo de Hogwarts com a música marcante de John Williams.
Mas a “A Câmara Secreta” só é essencial para revelar ao mundo o personagem Tom Riddle e sua conexão com o vilão Voldermort, uma revelação que será mais desenvolvida nos filmes posteriores. E diferente do que acontece no terceiro longa da franquia em diante, este daqui mantém o estilo infantil singelo e simplório da obra anterior. Columbus, um especialista em projetos assim, entrega com beleza, ritmo e o mesmo clima mágico e revelador de “A Pedra Filosofal”. Não é perfeito, mas é uma aventura infantil empolgante e divertida.
Harry Potter and the Chamber of Secrets/EUA – 2002
Dirigido por: Chris Columbus
Com: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Julie Walters, Maggie Smith, Alan Rickman, Kenneth Branagh, Richard Harris…
Sinopse: De férias na casa de seus tios Dursley, Harry Potter (Daniel Radcliffe) recebe a inesperada visita de Dobby, um elfo doméstico, que veio avisá-lo para não retornar à Escola de Magia de Hogwarts, pois lá correrá um grande perigo. Harry não lhe dá ouvidos e decide retornar aos estudos, enfrentando um 2º ano recheado de novidades. Uma delas é a contratação do novo Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Gilderoy Lockhart (Kenneth Branagh), que é considerado um grande galã e não perde uma oportunidade de fazer marketing pessoal. Porém, o aviso de Dobby se confirma e logo toda Hogwarts está envolvida em um mistério que resulta no aparecimento de alunos petrificados.