Crítica: Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (2011) – Especial Wizarding World
E o fim chega!
Quando “Harry Potter e a Pedra Filosofal” estreou em 2001, a Warner confiava em um grande sucesso devido à ótima recepção dos livros. Claro, foi um investimento de fé acreditando no êxito da primeira aventura e, posteriormente, no desenvolvimento deste mundo com a adaptação dos livros seguintes. Tudo deu certo e ao lado de “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”, Harry Potter se tornou um dos pilares do renascimento da fantasia no cinema.
Sete filmes depois – com o último livro dividido em duas partes -, eis que chegamos ao oitavo longa com o desfecho de uma das franquias mais importantes do novo século. A Parte 1 ainda estava organizando as peças para o confronto entre Harry e Lord Voldermort, e agora na Parte 2 não há mais volta. Voldermort e seu exército se organizam para atacar Hogwarts e capturar Harry para que o lord das trevas possa concluir o seu plano de vingança. Em meio a este jogo, personagens coadjuvantes centrais ao protagonista são desenvolvidos e ganham seu momento de brilho (destaque para Maggie Smith como Minerva e Matthew Lewis como Neville). Além de um Alan Rickman tocante que entrega toda uma carga emocional antes escondida na austeridade do personagem Severus Snape. E, claro, o próprio Ralph Fiennes como Lord Voldermort tem muito mais tempo de tela e ganha momentos chaves para colocar seu vilão em foco e roubar a cena.
“As Relíquias da Morte – Parte 2” é o filme mais frenético da série. A guerra chegou, portanto, tudo é urgente e uma luta crucial pela vida. E tudo isso sem deixar as resoluções afetivas de lado tornando muitos momentos realmente tocantes não somente pela despedida de um mundo, mas pela despedida ou reencontro com personagens queridos da franquia. Não é um filme perfeito, já que certas mortes poderiam ter sido melhor trabalhadas em um contexto mais empolgante, e a luta entre Harry e Voldermot precisava de maior criatividade como, por exemplo, aquela que vimos contra Dumbledore no final de “A Ordem da Fênix”. Alguns personagens antigos (cito David Thewlis, por exemplo) morrem e não presenciamos este momento, só o vemos deitado ao lado da esposa ao fim do confronto – algo, no mínimo, decepcionante (este é um defeito recorrente na série, lembram da morte de Alastor “Olho Tonto” Moody em “Relíquias da Morte – Parte 1” que é apenas citada?)
Mas no geral, “As Relíquias da Morte – Parte 2” é o adeus. É o desfecho de um ciclo que começou lá atrás e que fomos crescendo com os atores. Na época de seu lançamento no cinema, o filme foi um chororô daqueles e com razão. Entender que não teremos mais continuidade de algo que amamos é doloroso. Mas a franquia entrega um feito nunca antes realizado no cinema: de formar uma geração ao longo dos anos e manter o seu interesse com cada filme lançado – e na medida em que os personagens (e atores) cresciam, os filmes iam ficando mais maduros e sombrios (como a vida!).
Frenético, urgente, empolgante e emocionante, “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” pode não ser perfeito, mas é um dos melhores exemplares do chamado Wizarding World.
Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 2/EUA, REINO UNIDO – 2011
Dirigido por: David Yates
Com: Daniel Radcliffe, Emma Waton, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Maggie Smith, Alan Rickman, Helena Bohan Bonham Carter…
Sinopse: Em Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2, Harry Potter (Daniel Radcliffe) e seus amigos Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson) seguem à procura das horcruxes. O objetivo do trio é encontrá-las e, em seguida, destruí-las, de forma a eliminar lorde Voldemort (Ralph Fiennes) de uma vez por todas. Com a ajuda do duende Grampo (Warwick Davis), eles entram no banco Gringotes de forma a invadir o cofre de Bellatrix Lestrange (Helena Bonham Carter). De lá retornam ao castelo de Hogwarts, onde precisam encontrar mais uma horcrux. Paralelamente, Voldemort prepara o ataque definitivo ao castelo.