Cinema

Crítica: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004) – Especial Wizarding World

Mudança de tom, mudança de fotografia, mudança de direção: uma troca necessária e surpreendente para o mundo dos bruxos em Harry Potter

(Foto: Reprodução/Warner Bros.)

Chris Columbus foi essencial para solidificar o mundo de Harry Potter no cinema com “A Pedra Filosofal” e “A Câmara Secreta”. O estilo infantil e mais simplório das aventuras são parte da narrativa, e importantes para conquistar seu público logo de cara. E claro, não somente isto, mas os elementos e características de tal universo foram também apresentadas de maneira orgânica e natural. Mas não podíamos ficar na ‘Sessão da Tarde’ o tempo todo, e evoluir era necessário. Columbus deixa a direção e Alfonso Cuarón assume o projeto. Até 2004, Cuarón era conhecido por dramas como “Grandes Esperanças” e “E Tua Mãe Também”, e justamente por causa de sua preocupação com o psicológico dos personagens que o diretor foi uma escolha mais do que feliz para assumir “O Prisioneiro de Azkaban”.

“O Prisioneiro de Azkaban” é um filme mais maduro, possui mais urgência e bem mais criatividade em sua história. Além dos bruxos já costumeiros, temos também lobisomem, viagem no tempo e os dementadores – seres assustadores que podem sugar a sua alma. Diante disso, Cuarón muda totalmente a paleta de cores do filme. Diferente dos dois primeiros, aqui temos uma ambientação mais soturna, sombria, desesperadora, mas não menos visualmente lindo de assistir. As sequências no escuro são nítidas e conseguimos entender o que acontece, além da fotografia de Michael Seresin possuir um contraste que lembra bastante alguns filmes de terror espanhóis.

Outro ponto formidável em “O Prisioneiro de Azkaban” é ser menos longo do que os dois primeiros longas, e possuir situações mais objetivas que agregam para a trajetória de Harry. Temos a introdução de um personagem importante para a vida do protagonista, e o roteiro trabalha bem o suspense e as expectativas do público. Apesar de serem óbvias as resoluções, elas não soam óbvias durante a resolução. Há tensão, há medo, há imprevisibilidade, e claro, há um senso de aventura que nos coloca a todo momento instigados e preocupados com o futuro.

Um filmaço que sem dúvida influenciou os demais filmes da franquia, “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” continua imperdível. É o meu favorito!

Harry Potter and the Prisoner of Azkaban/EUA – 2004

Dirigido por: Alfonso Cuarón

Com: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Gary Oldman, Michae Gambon, Maggie Smith, Alan Rickman…

Sinopse: O 3º ano de ensino na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts se aproxima. Porém um grande perigo ronda a escola: o assassino Sirius Black (Gary Oldman) fugiu da prisão de Azkaban, considerada até então como à prova de fugas. Para proteger a escola são enviados os Dementadores, estranhos seres que sugam a energia vital de quem se  aproxima deles, que tanto podem defender a escola como piorar ainda mais a situação.

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban | Cine Belluzzo