Crítica: Holy Spider (2022)
Longa-metragem é um dos pré-finalistas ao Oscar de Melhor Filme Internacional
“Holy Spider” é um filme dinamarquês/alemão/sueco/francês filmado na Jordânia mas que traz uma história altamente crítica ao Irã. Uma obra que nunca seria aprovada pelo governo islâmico de tal país, e por isso, precisou ser financiada por europeus para ser lançado.
Escolhido para tentar uma vaga no Oscar de Filme Internacional – e um dos pré-finalistas da categoria -, “Holy Spider” é um desses projetos que vai te deixar preso na cadeira, perplexo e carregado de angústia e ódio. O longa é baseado na história real de um assassino que matava prostitutas na cidade de Mexede, Irã, e o fazia por se considerar um encarregado de Deus escolhido para “limpar as ruas do país” de toda a imoralidade. Após ser preso, o assassino confesso começou a ser visto como um herói por muitos que pediam sua liberdade.
“Holy Spider” é uma obra sobre a cegueira religiosa, a falsa moral e os valores distorcidos por uma sociedade machista e manipuladora. A direção de Ali Abbasi é magistral e o filme é excelente. A obra faz questão de não esconder o assassino, e utiliza uma jornalista como o fio emocional da narrativa e como nossos olhos diante da busca para pegar o bandido. É uma jornada tensa e angustiante que fica cada vez mais atroz com a defesa do povo por tais crimes – em nome de uma moral religiosa dúbia, errada e frequentemente idiota.
Holy Spider/DINAMARCA,ALEMANHA,SUÉCIA,FRANÇA – 2022
Dirigido por: Ali Abbasi
Com: Zar Amir Ebrahimi, Mehdi Bajestani, Forouzan Jamshidnejad…
Sinopse: Saed é um homem que embarca em uma jornada espiritual onde ele precisa “limpar” a cidade iraniana, Mashhad, da corrupção e imoralidade que as prostituas da cidade “sujam”. Depois de assassinar várias mulheres, ele fica cada vez mais desesperado com a falta de interesse público em sua missão divina.