Crítica: Homem-Formiga e a Vespa – Quantumania (2023)

A Marvel sempre teve altos e baixos desde que estreou como estúdio em 2008 com o excelente “Homem de Ferro”, mas a sensação ultimamente é que a chamada Casa das Ideias parece estar se preocupando mais em construir promessas futuras e jogar novos personagens desordenadamente para o público, do que se preocupar em contar uma história de qualidade e coesa. E ainda que tenha bons filmes pós-“Vingadores Ultimato” como “Shangi Chi e a Lenda dos Anéis”, “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” e até “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” – que apesar de todos os problemas possui uma quebra de direção que foge em alguns momentos daquele pastiche Marvel – o restante são atrocidades como “Thor: Amor e Trovão” e “Eternos”, ou mediocridades como “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” ou obras apenas ok como “Viúva Negra”, que cumpre um dever tardio com uma personagem que há muito tempo merecia o seu próprio filme.

E não vou entrar no mérito das séries que também foram lançadas pós-Ultimato e todas começam super bem mas derrapam vergonhosamente da metade para o final culminando em experiências vazias, descartáveis e esquecíveis.

Agora com “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” temos o início da Fase 5 e o pontapé inicial da guerra do Multiverso com a introdução no cinema do novo vilão principal do momento: Kang, o Conquistador, interpretado por Jonathan Majors, em mais uma plano de dominar não apenas o universo agora, mas o multiverso! A parada é outro nível, e tudo começa com Homem-Formiga e sua família ficando presos no mundo quântico e descobrindo que Kang está também cativo no local e se tornou um ditador assassino.

Enfim, este “Homem-Formiga 3” abraça a escala épica com precisão e não mede esforços na tela verde e no uso de efeitos computadorizados. E é outro exemplar da Marvel que entrega mais uma história interessada no futuro, do que necessariamente em uma aventura fechada – além de ser outro filme sem sal, repetitivo e com nenhum personagem, de fato, interessante de se acompanhar. Tudo parece fora do lugar, forçado e demasiadamente grande para uma trama tão menor.

O visual do filme também incomoda. O excesso de tela verde é nítido, e a escolha de cores para a maioria dos cenários colabora para algo escuro e sem vida, sem brilho ou uma beleza nítida (mas vale um elogio para o design legal de algumas criaturas do mundo quântico, ainda que pessimamente aproveitadas no filme). Por ser um mundo totalmente ficcional, poderiam ter inventado alguma justificativa para iluminar melhor os cenários.

O longa não chega a ser uma atrocidade como “Thor: Amor e Trovão” e “Eternos”, ou um marasmo chato como “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”. Novamente dirigido por Peyton Reed, este terceiro “Homem-Formiga” possui alguns poucos bons momentos em grande parte graças ao elenco de veteranos, e dá pra assistir em um programa familiar num domingo após o almoço. Fora isso, é um filme esquecível e nada empolgante do MCU.

Enfim, o excesso de conteúdo já está deixando antes uma ideia inovadora e empolgante, em algo cansativo e chato de acompanhar. Infelizmente.

Ant-Man and the Wasp: Quantumania/EUA – 2023

Dirigido por: Peyton Reed

Com: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Jonathan Majors, Michelle Pfeiffer, Michael Douglas, Kathryn Newton…

Sinopse: Scott Lang lida com as consequências de suas escolhas tanto como super-herói quanto como pai. Enquanto tenta reequilibrar sua vida com suas responsabilidades como o Homem-Formiga, ele é confrontado por Hope van Dyne e Dr. Hank Pym com uma nova missão urgente. Scott deve mais uma vez vestir o uniforme e aprender a lutar ao lado da Vespa, trabalhando em conjunto para descobrir segredos do passado. Além disso, o Homem-Formiga e a Vespa terão que deter o terrível vilão Kang. o Conquistador.