Crítica: Os Banshees de Inisherin (2022)
Longa-metragem foi indicado a 9 Oscars
Martin McDonaugh é um diretor de apenas quatro longas-metragens no currículo até agora, e desde sua estreia já caiu na graça da crítica. Seu primeiro trabalho foi uma comédia de humor negro policial deliciosa de assistir chamada “Na Mira do Chefe”. Em seguida tivemos “Sete Psicopatas e Um Shih Tzu” que eu amo e considero divertidíssimo, e em seguida, ele fez o aclamado “Três Anúncios Para Um Crime” – que rendeu o segundo Oscar de Melhor Atriz para Frances McDormand. E agora, neste seu último trabalho lançado ele retoma a parceria com Colin Farrell e Brendan Gleeson (de “Na Mira do Chefe) em um drama sutilmente cômico intitulado “Os Banshees de Inisherin”.
Particularmente, considero “Os Banshees de Inisherin” o filme menos envolvente e intrigante da carreira de McDonaugh até hoje. Ele constrói uma trama inusitada sobre dois ex-amigos em uma cidadezinha irlandesa ficticia chamada Inisherin, e cada um deles está em busca de um próposito para a vida, ainda que nas coisas mais corriqueiras e banais. Colm (Gleeson) é um músico já na tenra idade que passa por uma crise existencial e quer deixar seu legado para o mundo através de suas composições, e para isso, ele decide excluir de sua vida a amizade superficial com Padrick (Farrell), que por sua vez, insiste na amizade e na ideia da importância de se conversar e trocar experiências.
Todo o conflito entre os dois personagens vai escalonando até alcançar atitudes extremas, e é nesta parte que o filme ganha mais força e ritmo tornando-o mais envolvente. Tudo se passa com a Guerra Civil Irlandesa de pano de fundo e o diretor aproveita a situação entre os “amigos” para criar um espelho ao criticar dois conflitos bobos e desnecessários.
O projeto apresenta o estilo de humor ácido de McDonaugh e as atuações são poderosas. “Os Banshees de Inisherin” é um drama singelo, simples e sútil sobre perspectivas, ambições e futuro. Revendo pela segunda vez, o projeto melhora bastante e soa muito mais fluído e engajante. Mas ainda assim, ao menos para mim, é uma obra que se enrola na simplicidade, e torna-se um tanto quanto repetitiva em vários momentos. Pode não ser um filme que me deixou empolgado e apaixonado como aconteceu com outras pessoas, mas ainda assim é um filme que vale a pena conhecer.
INDICAÇÕES AO OSCAR:
- Melhor Filme
- Melhor Diretor (Martin McDonaugh)
- Melhor Ator (Colin Farrell)
- Melhor Atriz Coadjuvante (Kerry Condon)
- Melhor Ator Coadjuvante (Brendan Gleeson)
- Melhor Ator Coadjuvante (Barry Keoghan)
- Melhor Roteiro Original
- Melhor Trilha Sonora Original
- Melhor Edição
The Banshees of Inisherin/IRLANDA, REINO UNIDO, EUA – 2022
Dirigido por: Martin McDonaugh
Com: Colin Farrell, Brendan Gleeson, Kerry Condon, Barry Keoghan…
Sinopse: The Banshees Of Inisherin se passa na ilha fictícia de Inisherin, em 1923, durante a Guerra Civil Irlandesa. Pádraic (Colin Farrell) é um homem extremamente gentil cujo ser inteiro é abalado depois de experimentar a crueldade abrupta e casual de Colm (Breendan Gleeson), dois amigos de longa data cuja amizade é quebrada após o conflito surgir no país. Pádraic, confuso e devastado, tenta reatar o relacionamento com o apoio de sua irmã Siobhan (Kerry Condon), que junto com Dominic (Barry Keoghan), filho do policial local, tem suas preocupações dentro da pequena ilha. Mas quando Colm lança um ultimato chocante para tornar suas intenções realidade, os eventos começam a se intensificar.