Crítica: Patos! (2023)
Longa-metragem foi produzido pela Illumination, a mesma de "Meu Malvado Favorito"
Confesso que minhas expectativas para “Patos!” estava muito baixa. Talvez fosse pelo fato de sua produtora Illumination ter um lado comercial tão mais forte que o artístico, e grande parte de suas obras serem piadas incessantes para conquistar o público infantil, e que ao menos para mim soa muito cansativo à partir de certo momento.
Mas “Patos!”, surpreendentemente, possui uma preocupação primordial com o desenvolvimento de sua trama. Na história, uma família de patos nunca migra para o sul devido ao medo frequente do patriarca da casa, Mack, que por algum trauma de seu passado não tem coragem de sair pelo mundo e viver novas aventuras. Mas isto muda após sua esposa Pam e seus dois filhos Gwen e Dax insistirem para migrarem até a Jamaica, só que a família se perde no caminho e todos vão parar em Nova York.
“Patos!” é uma animação equilibrada em seu humor que utiliza a estrutura de “road movie” para desenvolver os conflitos desta família – principalmente os de Max, que irá aflorar o seu lado aventureiro e se aproximar mais dos filhos. E a trama também instiga o público infantil a buscar entender melhor sobre migração ao mesmo tempo em que cria sequências divertidíssimas entre os patos e duas garças e outra com alguns pombos no Central Park.
Meu problema com o longa fica justamente com o terceiro ato quando insistem na história com um chef de restaurante. Não precisava estender demais e tudo fica bobo e desinteressante. Se tivessem permanecido com a jornada dos patos e utilizado os percalços da natureza (como em “Procurando Nemo” da Pixar) para gerar os conflitos da família (como estava sendo feito), e não apostar em um vilão genérico, o filme seria bem mais eficiente.
No entanto, ainda assim, “Patos!” me surpreendeu com personagens carismáticos e uma história sobre confiança, valores e família que diverte e encanta.
Migration/EUA – 2023
Dirigido por: Benjamin Renner e Guylo Homsy
Sinopse: Uma família de patos tenta convencer seu pai superprotetor a embarcar nas férias dos sonhos.