Crítica: Saltburn (2023)

“Saltburn” é um ótimo exemplo desses filmes cujo diretor, que também é o roteirista, acredita plenamente que está escrevendo um filmaço que irá explodir a cabeça, mas na realidade, o longa é um retalho menos inspirado de outros tantos projetos e segue uma obviedade monótona que se sustenta, apenas, na competência de seu elenco.

No caso aqui quem está no comando é Emerald Fennell, a mesma diretora e roteirista do bom mas também irregular “Bela Vingança”, e desta vez ela volta sua atenção aos ricos pomposos, esnobes e sem muito contato com a realidade.

A escolha de fazer o filme todo em formato de tela 4:3 soa totalmente egocêntrico, apenas para continuar uma moda frequente entre diretores hoje em dia onde tal formato, na maioria dos casos, não possui significado algum para a obra.

O filme é tão perdido em sua execução que ao longo de seu desenrolar muito se apresenta, mas pouco se conclui, e muitos personagens são totalmente desperdiçados. E tudo isso serve para ressaltar um desfecho que aparentemente é “surpreendente”, mas que não passa de previsível e que pouco tem a ver com as características de seu protagonista, que em momentos à sós, não aparentava ser o que se mostra no final.

Me desculpe Emerald Fennell mas aqui você não consegue criar uma história que instigue ou cause algum tipo de erupção emocional no público. Seu suspense é arrastado, cansativo e óbvio, e se mirou em Hitchcock, o resultado não poderia estar mais distante.

E por fim, criar cenas chocantes apenas pelo intuito de chocar não torna seu roteiro um bom suspense. Seja a sequencia do protagonista sozinho em um túmulo, ou o mesmo dançando pelado por uma mansão com o ator mostrando suas partes Íntimas no desfecho pode até tirar o foco de seu texto pobre e previsível, mas quando o tempo passa a fraqueza de seu filme pretensioso só fica mais evidente.

Saltburn/REINO UNIDO, EUA – 2023

Dirigido por: Emerald Fennell

Com: Barry Keoghan, Jacob Elordi, Rosamund Pike, Richard E. Grant…

Sinopse: Saltburn é um filme britânico de suspense psicológico dirigido por Emerald Fennell (Bela Vingança, Barbie) e estrelado por Barry Keoghan, Jacob Elordi, Rosamund Pike, Carey Mulligan e Archie Madekwe. A trama se passa nos anos 2000 e acompanha o estudante universitário Oliver Quick (Keoghan), que tem dificuldades para se encaixar na Universidade de Oxford. Após conhecer Felix Catton (Elordi), Oliver é imediatamente atraído pelo mundo aristocrático do jovem – que o convida para passar uma temporada na casa de sua família. Mas o que começa como uma amizade aparentemente inocente logo escalona para uma crescente obsessão.